Taiwan aponta fotos e documentos falsificados como técnicas de desinformação

Fotos manipuladas e documentos falsificados são algumas das técnicas de desinformação mais recentes detetadas em Taiwan, segundo uma analista do grupo de reflexão taiwanês Instituto Nacional da Defesa e Segurança.

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© I-HWA CHENG/AFP via Getty Images

Lusa
05/12/2024 12:35 ‧ 05/12/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan

Participando por videoconferência na conferência internacional "Democracias sob ataque: as ameaças cibernéticas como pilar de disrupção social", a decorrer em Lisboa, Chen-Yi Tu apontou a China como a principal origem das interferências cibernéticas na ilha, justificando com a "concorrência entre ideologias".

 

No território com governo autónomo, mas reivindicado por Pequim, a especialista enumerou várias estratégias utilizadas na difusão de informação falsa, notando os usos recentes de fotos manipuladas de navios para criar a perspetiva de menor distância e de "documentos fabricados muito semelhantes a memorandos reais" com informações falsas para "minar a confiança" nas instituições.

Outro meio cada vez mais popular é a recolha de informações pessoais através de fraudes virtuais, como "sugestões ou recomendações de investimentos ou de compra de produtos".

"A recolha de dados serve depois para fazer ataques através das informações recolhidas", acrescentou a Chen-Yi Tu, sobre um território que sofre 15 mil tentativas de ataques cibernéticos por segundo, quatro vezes mais que outros países, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Ministério dos Assuntos Digitais local.

A manipulação das imagens e voz de pessoas através da tecnologia mostra ainda como a desinformação se está a adaptar ao "novo ambiente tecnológico", que conta designadamente com a Inteligência Artificial generativa, pelo que devem aumentar parcerias e cooperações público e privadas e internacionalmente, defendeu.

A especialista defendeu que deve existir uma antecipação de possíveis informações falsas e uma comunicação o mais rápida possível para o "espaço" ser ocupado.

A taiwanesa também destacou a importância de media independentes na verificação de factos, notando porém os perigos que podem existir se forem desconhecidas as fontes de financiamento.

Nos últimos anos, Taiwan tem denunciado um número crescente de ciberataques da China como parte de uma campanha de "guerra cognitiva" destinada a pressionar o Governo taiwanês, atualmente liderado por William Lai Ching-te.

O Ministério dos Assuntos Digitais de Taiwan detetou mais de 64 mil ciberataques contra agências governamentais em maio, o maior total mensal em quase um ano.

Em setembro, o Comando de Defesa Cibernética e Telecomunicações do Ministério da Defesa Nacional taiwanês disse num comunicado que a China "continua a perturbar Taiwan através de ataques aéreos, navais e cibernéticos", acusando Pequim de ser "o principal instigador que mina a paz regional".

O comunicado surgiu após o Ministério da Segurança Pública da China ter acusado um grupo de piratas informáticos, alegadamente apoiado pelas forças armadas de Taiwan, de ter efetuado ciberataques contra alvos na China continental, Macau e Hong Kong, algo que Taipé negou.

Leia Também: China sanciona 13 empresas norte-americanas por venderem armas a Taiwan

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