Amnistia Internacional pede investigação a explosões no Líbano
A organização não-governamental Amnistia Internacional defendeu hoje uma investigação internacional para responsabilizar os autores das explosões de dispositivos eletrónicos no Líbano e na Síria, que esta semana fizeram pelo menos 37 mortos e mais de 3.000 feridos.
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Mundo Médio Oriente
Em comunicado divulgado antes de o Conselho de Segurança das Nações Unidas debater as explosões, a organização considerou que, se "Israel for considerado responsável, então estes ataques tiveram lugar no contexto de um conflito armado em curso".
A Amnistia adianta que as provas que recolheu e analisou indicam que quem planeou as detonações não verificou se apenas combatentes tinham recebido os aparelhos, como 'pagers' ou 'walkie-talkies', pelo que os "ataques foram efetuados de forma indiscriminada" e são "ilegais", devendo ser investigados como "crimes de guerra".
Recordando que Israel não comentou as explosões, a organização cita declarações do Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, sobre o início de uma nova fase da guerra com o Líbano e os elogios aos "excelentes resultados" da segurança e dos serviços secretos israelitas.
"As autoridades libanesas e os funcionários norte-americanos também indicaram acreditar que foi Israel a orquestrar os ataques", lê-se no comunicado.
A Amnistia Internacional informou ter contactado o Gabinete do primeiro-ministro israelita e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Telavive para obter respostas às alegações de que Israel foi responsável pelas explosões.
De acordo com as primeiras investigações libanesas, os aparelhos de comunicação ligados ao grupo xiita Hezbollah transportavam uma carga explosiva oculta.
As Nações Unidas criticaram o caráter indiscriminado do ocorrido, ao registarem-se explosões em locais não militares ou com grandes aglomerações.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou para que os objetos civis não fossem utilizados como armas.
O recrudescimento dos combates entre Israel e o Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irão com um peso militar e político significativo no Líbano, suscitou o receio de uma expansão do conflito no Médio Oriente.
O Hezbollah tem atacado posições no norte de Israel, a partir do sul do Líbano, em apoio ao movimento islamita palestiniano Hamas que está envolvido numa guerra na Faixa de Gaza com Israel há 11 meses.
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