"Ana está livre". Mulher de 47 anos eutanasiada após anos de luta no Peru
Ana Estrada convivia com uma doença rara e incurável, a polimiosite, há 30 anos. Estava acamada e precisava de um ventilador para respirar.
© REUTERS/Sebastian Castaneda/File Photo
Mundo Peru
Uma mulher peruana, que sofria de uma doença degenerativa, morreu no domingo, depois de ser sujeita a eutanásia na sequência de uma longa batalha judicial no Peru.
O tribunal tomou uma decisão histórica que lhe permitiu terminar a sua vida com assistência médica, revelou a sua advogada Josefina Miro Quesada, esta segunda-feira, através de um comunicado publicado na rede social X (antigo Twitter).
"O caso de Ana permitiu que a justiça peruana tenha reconhecido pela primeira vez na sua história que todos temos direito a morrer com dignidade", pode ler-se.
Ana Estrada, de 47 anos, convivia há três décadas com uma doença rara e incurável, a polimiosite, que lhe causava fraqueza muscular. Estava acamada e precisava de um ventilador para respirar.
A mulher, psicóloga de profissão, entrou na Justiça em 2016 para lutar pelo acesso à eutanásia, prática ilegal no Peru. Em 2022, o Supremo Tribunal do país confirmou a decisão de exceção para a peruana e isentou o médico que fez o procedimento de qualquer punição.
"A Ana está livre. A Ana partiu grata a todas as pessoas que ajudaram a dar-lhe voz, que estiveram com ela durante esta luta e que apoiaram a sua decisão incondicionalmente, com amor e empatia", acrescentou a advogada.
De recordar que, segundo a agência Reuters, a eutanásia é ilegal na maioria dos países, incluindo o Peru. De acordo com a lei do país, esta prática é punível com pena de prisão.
Anteriormente, em entrevista à Reuters após a sua vitória em tribunal, Ana disse esperar que o seu caso abra um precedente legal para o direito à morte medicamente assistida.
"Chegará um momento em que não poderei mais escrever, nem me expressar. O meu corpo falha, mas a minha mente e o meu espírito estão felizes. Quero que os últimos momentos da minha vida sejam assim", afirmou Ana, na altura.
COMUNICADO DE PRENSA.
— Josefina MQ.Gayoso (@Josefina_28) April 22, 2024
Ana es libre. Gracias a todos y todas por hacer eco de su voz.
Vuela alto, Anita️️ pic.twitter.com/xR86Jq1GTD
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