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Primeiro-ministro "indignado" com buscas judiciais a casa da Presidente

O primeiro-ministro do Peru disse hoje estar "indignado" com a "invasão" da casa da Presidente, Dina Boluarte, pelo Ministério Público, cerca da meia-noite de sexta-feira, considerando que foi uma "afronta intolerável à dignidade" da chefe de Estado.

Primeiro-ministro "indignado" com buscas judiciais a casa da Presidente
Notícias ao Minuto

11:04 - 30/03/24 por Lusa

Mundo Peru

"Estou indignado com o que aconteceu, o que aconteceu à meia-noite de hoje é uma afronta intolerável à dignidade da Presidente da República e da nação que ela representa", disse Gustavo Adrianzén à rádio RPP.

O primeiro-ministro acrescentou que "não é possível" terem de ser "testemunhas de ações absolutamente desproporcionadas e até inconstitucionais", uma vez que a Presidente está protegida pela imunidade concedida pelo seu cargo.

A casa de Boluarte foi invadida por uma equipa de procuradores e agentes da Polícia Nacional Peruana (PNP) no âmbito de uma investigação preliminar aberta contra a Presidente por alegada prática do crime de enriquecimento ilícito.

Os procuradores levaram a cabo a operação de busca e apreensão de relógios de luxo que, de acordo com os meios de comunicação social locais, Boluarte usou em diferentes aparições públicas, mas que, alegadamente, não declarou como fazendo parte do seu património.

Adrianzén recordou que a Presidente solicitou o reagendamento do processo, mas disse que tal "não foi concedido" pelo Ministério Público.

"É no mínimo insólito que, à meia-noite e num feriado, como é o caso, estas ações tenham sido levadas a cabo", afirmou.

Assegurou que Boluarte "sempre colaborou com o Ministério Público" e que a Presidente se encontra atualmente na residência do Palácio do Governo, no centro histórico de Lima.

O primeiro-ministro manifestou a "solidariedade" do Conselho de Ministros para com Boluarte e disse que "rejeitam veementemente estas ações políticas desestabilizadoras".

"Há uma politização intolerável da Justiça", afirmou.

Imagens divulgadas pela imprensa mostraram um grupo de agentes a arrombar a fechadura da casa da Presidente peruana, que na altura não estava em casa, onde se encontrava apenas um dos filhos, embora um dos advogados tenha chegado mais tarde à residência, na zona de Surquillo, em Lima.

Nos últimos dias, a Presidência do Peru e o Ministério Público têm estado em conflito relativamente ao processo iniciado no âmbito da investigação sobre a alegada falta de declaração dos relógios de luxo de Boluarte.

Na passada quarta-feira, o Ministério Público denunciou que as visitas à casa da governante e ao Palácio do Governo foram frustradas, enquanto a Presidência garantiu que os representantes do Ministério Público foram atendidos por pessoal do gabinete de Boluarte, depois de terem recebido uma notificação enviada à chefe de Estado.

Em 18 de março, o Ministério Público instaurou um processo preliminar contra Boluarte relativamente a este caso, uma vez que a Presidente devia ter declarado estes bens no registo de propriedade perante o Júri Nacional de Eleições (JNE) e o Ministério Público assinalou que não o fez.

No entanto, Boluarte declarou, na semana passada, que se comprometia a comparecer no Ministério Público para responder no âmbito desta investigação.

Leia Também: Peru abre processo contra presidente por enriquecimento ilícito

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