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Muçulmanos rezaram em Jerusalém sem incidentes significativos

Cerca de 125.000 muçulmanos rezaram na terceira sexta-feira do Ramadão na mesquita de Al Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, sem incidentes significativos e em plena Sexta-feira Santa, informou hoje a polícia local.

Muçulmanos rezaram em Jerusalém sem incidentes significativos
Notícias ao Minuto

19:06 - 29/03/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

A guerra na Faixa de Gaza, em curso entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas desde outubro, está a pesar nas celebrações da Sexta-feira Santa em Jerusalém, onde estão a chegar menos peregrinos cristãos do que em anos anteriores para completar a Via Sacra na Cidade Velha, seguindo os passos de Jesus, de acordo com a tradição.

A segurança foi apertada nas ruas estreitas da antiga cidade murada, sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, e situada em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel desde 1967.

Coincidentemente, milhares de palestinianos que cumprem o Ramadão, o mês sagrado de jejum dos muçulmanos, também se deslocaram à mesquita de Al-Aqsa para a grande oração de sexta-feira.

"É muito comovente estar aqui na Sexta-feira Santa. Sente-se uma profunda tristeza, provavelmente acentuada pelo que está a acontecer" na Faixa de Gaza, disse à agência francesa AFP o australiano John Timmons, sublinhando que tinha pensado duas vezes antes de viajar para a Cidade Santa, dadas as circunstâncias.

Segundo a agência espanhola EFE, que cita a Waqf, a autoridade islâmica que gere o complexo da Esplanada das Mesquitas, onde se situa a Mesquita de Al Aqsa e que é o terceiro local mais sagrado do Islão, depois das cidades de Meca e Medina, 125.000 pessoas participaram nas orações.

Não se registaram tumultos significativos nem violência e, segundo a polícia israelita, 11 pessoas foram detidas na Cidade Velha, incluindo várias por suspeita de "incitamento e apoio ao terrorismo", o que em Israel pode significar agitar uma bandeira palestiniana em público.

Até agora, tem sido um mês sagrado calmo, contrariando as previsões de alguns responsáveis como o ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita e antiárabe, que previu potenciais atos de violência em resultado, entre outras condicionantes, das restrições rigorosas ao acesso a Jerusalém impostas, entre outros, aos jovens muçulmanos da Cisjordânia.

Previam-na também como consequência da guerra na Faixa de Gaza - que já causou mais de 32.500 mortos em 175 dias de ofensiva - ou da escalada sem precedentes da repressão militar na Cisjordânia, onde já foram mortos este ano cerca de 125 palestinianos, a maioria dos quais em ataques israelitas em Jenin e Tulkarem, Nablus e Hebron.

A par da oração do Ramadão, centenas de cristãos participaram também na habitual procissão e missa de Sexta-feira Santa pelas ruas estreitas que conduzem ao Santo Sepulcro, na Cidade Velha, numa celebração que há anos contava com a presença de grandes multidões.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 32 mil mortos, na sua maioria mulheres e menores, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.

Leia Também: Pelo menos 35 pessoas morreram em ataques israelitas no norte de Gaza

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