Os meios de comunicação locais israelitas não relataram feridos após o ataque com foguetes, enquanto os militares israelitas não comentaram de imediato esta ofensiva, noticiou a agência Associated Press (AP).

Desde a eclosão da guerra Israel-Hamas em Gaza, em 07 de outubro, aumentaram as preocupações de que os confrontos quase diários ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano pudessem evoluir para uma guerra em grande escala.

Ataques aéreos e lançamentos de foguetes mataram na quarta-feira 16 libaneses e um israelitas, tornando este o dia mais mortal do conflito atual.

O principal porta-voz militar de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, frisou que Israel matou 30 militantes do Hezbollah na semana passada e destruiu dezenas de instalações militares do grupo xiita libanês, num esforço para afastar o movimento apoiado pelo Irão da fronteira.

O recente aumento da violência provocou alarme em Washington e nas Nações Unidas, com o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, a defender que é "prioridade máxima" do Presidente Joe Biden "restaurar a calma ao longo daquela fronteira".

Kirby disse que os EUA estão a trabalhar para interromper os combates através de esforços diplomáticos.

Ao final da tarde de hoje, uma vaga de foguetes Katyusha e Burkan foi disparada contra as vilas israelitas de Goren e Shlomi, de acordo com um comunicado do Hezbollah.

A TV Al-Manar do Hezbollah sublinhou que até agora o grupo não tinha disparado foguetes Burkan contra alvos civis, mas que o fazia hoje em resposta à recente onda de ataques aéreos israelitas.

A 'media' estatal do Líbano revelou que 10 paramédicos estavam entre os mortos na quarta-feira, enquanto os militares israelitas disseram que atingiram alvos do Hezbollah e de um grupo muçulmano sunita aliado.

O Hezbollah tem usado frequentemente mísseis Kornet portáteis antitanque de fabrico russa nos últimos meses. Mais raramente, lançou foguetes Burkan que, segundo o líder do grupo, Hassan Nasrallah, podem transportar uma ogiva que pesa entre 300 e 500 quilos.

O movimento xiita libanês aponta que os seus ataques visam manter algumas divisões israelitas ocupadas e afastadas de Gaza, e Nasrallah afirma que os ataques na fronteira só irão parar quando Israel interromper a sua ofensiva em Gaza.

A força de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano, conhecida como UNIFIL, disse, por sua vez, que era imperativo que "esta escalada cesse imediatamente".

Os combates mataram nove civis e 11 soldados em Israel. Mais de 240 combatentes do Hezbollah e cerca de 50 civis morreram no Líbano.

A guerra de Israel contra o Hamas foi desencadeada após os ataques do movimento islamita palestiniano em solo israelita de 07 de outubro de 2023, em que foram mortas cerca de 1.200 pessoas e raptadas mais de duas centenas.

Segundo números das autoridades de saúde controladas pelo Hamas, a retaliação israelita já fez mais de 32.000 mortos na Faixa de Gaza.

Leia Também: Hezbollah anuncia morte de dois combatentes após novo ataque no Líbano