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Reino Unido responsabiliza China por ciberataques a comissão eleitoral

O Reino Unido culpou hoje a China por uma série de ciberataques à Comissão Eleitoral e a deputados britânicos e anunciou sanções em retaliação por estarem em causa instituições democráticas e parlamentares. 

Reino Unido responsabiliza China por ciberataques a comissão eleitoral
Notícias ao Minuto

16:51 - 25/03/24 por Lusa

Mundo Oliver Dowden

O vice-primeiro-ministro, Oliver Dowden, afirmou hoje que "agentes afiliados ao Estado chinês foram responsáveis por duas campanhas cibernéticas maliciosas que visaram as nossas instituições democráticas e parlamentares". 

"O Reino Unido considera que estas acções demonstram um padrão de comportamento claro e persistente que sinaliza a intenção hostil da China", vincou numa declaração na Câmara dos Comuns.

Nesse sentido, confirmou terem sido aplicadas sanções a dois indivíduos e uma empresa ligados ao grupo de piratas informáticos APT31 "por envolvimento em atividades cibernéticas maliciosas, visando funcionários, entidades governamentais e parlamentares em todo o mundo."

Dowden adiantou também o Ministério dos Negócios Estrangeiros vai convocar o embaixador chinês para protestar pelo alagado envolvimento da China nestes incidentes e que os Estados Unidos e outros aliados deverão fazer depoimentos sobre esta questão ainda hoje.

No ano passado, a Comissão Eleitoral britânica admitiu ter sido vítima de um ataque por "atores hostis", o qual terá começado em agosto de 2021 mas que só foi identificado em outubro de 2022. 

Os autores terão obtido cópias do registo eleitoral, incluindo o nome e endereço de 40 milhões de eleitores recenseados entre 2014 e 2022, no entanto a Comissão acrescentou que grande parte da informação já era do domínio público e que a posse dessa informação não era suscetível de influenciar os resultados eleitorais.

A origem dos ataques foi apurada após meses de investigações pelos serviços de informação britânicos, os quais também acreditam que dezenas de políticos também terão sido atingidos.

Também em 2021, foi identificada "uma tentativa de atividade de prospeção contra contas [de correio eletrónico] parlamentares do Reino Unido", revelou Dowden.

Mas o vice-primeiro-ministro britânico garantiu hoje que a segurança das eleições legislativas previstas para este ano não está em causa e que foram tomadas medidas para melhorar a segurança informática das instituições britânicas. 

O risco de ataques informáticos da China e de espionagem no Reino Unido e em outros países tem sido motivo de avisos por várias organizações.

No ano passado, um funcionário parlamentar foi preso por suspeita de espionagem a favor da China. 

A comissão parlamentar de Inteligência e Segurança (ISC) britânica publicou um relatório em julho alertando que a China estava a visar o Reino Unido "de forma prolífica e agressiva" e que os departamentos governamentais não tinham os "recursos, experiência ou conhecimento" para enfrentar a ameaça.

Em declarações às televisões britânicas esta manhã, o primeiro-ministro, Rishi Sunak, admitiu que a China "a maior ameaça estatal à nossa segurança económica" e que o gigante asiático está "a comportar-se de forma cada vez mais assertiva no estrangeiro".

"Faremos sempre o que for necessário para manter a segurança do nosso país", garantiu, referindo que investiu "significativamente nas capacidades, ferramentas e recursos necessários".

Questionado na segunda-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, pediu que Londres deve apresentar "provas objectivas" em vez de "difamar outros países sem uma base factual, para não falar em politizar as questões de cibersegurança".

"A China espera que todas as partes deixem de difundir informações falsas, adoptem uma atitude responsável e, em conjunto, mantenham a paz e a segurança no ciberespaço", acrescentou.

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