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Sondagens refletem descontentamento em relação a Macron

O Presidente francês enfrenta uma nova ameaça da esquerda política, a poucos meses das eleições europeias, de uma plataforma europeísta liderada por Raphaël Glucksmann, com capacidade de captar votos do partido de Emmanuel Macron, de acordo com analistas.

Sondagens refletem descontentamento em relação a Macron
Notícias ao Minuto

21:51 - 21/03/24 por Lusa

Mundo Emmanuel Macron

Segundo uma sondagem divulgada na quarta-feira pelo jornal francês Challenges, o partido de Macron (Renascimento, liderado por Valérie Hayer), tem 18% das intenções de voto, muito atrás do partido de extrema-direita União Nacional (30%), e é seguido de perto pela plataforma de Glucksmann, que junta o Partido Socialista e o Place Publique (13%).

O investigador Victor Pereira, do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova, salienta o caráter "bastante europeísta" da plataforma de Glucksmann, a par do seu caráter agregador, numa esquerda "fraca em termos de votos e também dividida por várias listas".

De acordo com Gilles Fincheslstein, diretor-geral da Fundação Jean-Jaurès, "20% dos eleitores que votaram em Emmanuel Macron na primeira volta das eleições presidenciais de 2022 deverão agora votar numa lista de esquerda - principalmente a liderada por Raphaël Glucksmann".

Em declarações ao Euractiv, Antoine Bristielle, diretor do Observatório de Opinião da Fundação Jean-Jaurès, considerou que "a dinâmica da campanha Glucksmann e a estrutura do seu potencial eleitorado, sintetizando os dececionados de Macron e os desapontados de [Jean-Luc] Mélenchon (fundador do partido França Insubmissa), poderia ser capaz de reconstruir uma social-democracia (...) e gerar um novo equilíbrio de poder na esquerda".

Com a sua popularidade em queda nas sondagens, Macron tem apostado em anúncios em matéria de política social, como a inclusão do direito ao aborto na Constituição, numa abordagem ao eleitorado de centro-esquerda.

À direita, o partido de Macron enfrenta uma crescente ameaça por parte da União Nacional, de Marine Le Pen, principalmente após os comentários do Presidente francês sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais para lutar na Ucrânia no futuro, que provocaram polémica.

Para Victor Pereira, Macron enfrenta "um processo de descontentamento muito forte" visível nas manifestações dos agricultores e da função pública.

O descontentamento com o governo reeleito com maioria relativa, o novo primeiro-ministro, a aproximação dos jogos olímpicos e o aparecimento de movimentos não controlados pelos sindicatos fazem o investigador acreditar que "a vida política e social francesa vai conhecer sobressaltos que podem ter consequências nos votos".

"Muito provavelmente vamos ter talvez, não uma maioria, mas um grande número de deputados franceses que vão juntar-se a grupos de extrema-direita no Parlamento Europeu", o que para o Macron "é problemático", porque "sempre defendeu a Europa e que a União Europeia é parte da solução para a Europa e para a França, para a paz e para o conhecimento", acrescentou Victor Pereira.

Leia Também: Senado francês rejeita acordo entre União Europeia e Canadá

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