Os ataques ocorreram um dia depois de o líder dos rebeldes ter ameaçado expandir as operações para impedir o trânsito pelo Cabo da Boa Esperança, no sul de África, após ter limitado a passagem pelo Mar Vermelho.

O porta-voz das operações militares do grupo, Yahya Sari, disse num comunicado que os rebeldes usaram mísseis e 'drones' (aparelhos não tripulados) nas operações contra três navios de Israel e dos Estados Unidos.

Os huthis "atingiram com sucesso todos os alvos", afirmou, sem especificar, citado pela agência espanhola Europa Press.

"As forças armadas iemenitas prosseguem as operações militares, aplicando um bloqueio à navegação israelita nos mares Vermelho e Arábico, bem como no Oceano Índico, até que seja alcançado um cessar-fogo e levantado o cerco à Faixa de Gaza", afirmou.

Prometeu que os rebeldes irão cumprir as ordens do líder do grupo, Badreddin al-Huthi, para alargar as operações de forma a "incluir todo o Oceano Índico até ao Cabo da Boa Esperança".

Sari disse ainda que os rebeldes efetuaram dois outros ataques contra um navio israelita e um contratorpedeiro norte-americano no Mar Vermelho.

O primeiro ataque terá sido realizado com mísseis, enquanto o segundo foi executado com 'drones', após relatos de ataques falhados a um navio que passava ao largo da costa de Al Hudaydah, no oeste do Iémen.

A agência britânica UKMTO, que tem divulgado ataques dos huthis, disse que recebeu informações de um incidente ao largo de Al Hudaydah, mas sem consequências.

"O comandante comunicou que dois mísseis sobrevoaram o navio e ouviu dois fortes estrondos à distância", disse a UKMTO no seu 'site'.

"O navio não apresenta danos e a tripulação está em segurança, estando o navio a dirigir-se para o próximo porto de escala. As autoridades estão a investigar", acrescentou.

Os huthis lançaram vários ataques contra território israelita e contra navios com alguma ligação a Israel, na sequência da ofensiva na Faixa de Gaza.

Israel e o Hamas estão em guerra desde 07 de outubro de 2023, quando operacionais do grupo islamita palestiniano fizeram um ataque sem precedentes em solo israelita, matando cerca de 1.200 reféns.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que já causou cerca de 31.500 mortos, segundo o governo do Hamas.

Os huthis controlam a capital do Iémen, Saná, e outras áreas no norte e oeste do país desde 2015.

As ações dos huthis obrigaram muitos armadores a suspender a passagem pelas rotas marítimas do Mar Vermelho.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o transporte marítimo de contentores através do Mar Vermelho diminuiu quase 30% num ano.

Antes da guerra, entre 12% e 15% do tráfego mundial passava pela rota do Mar Vermelho, de acordo com a União Europeia.

Em guerra há mais de uma década, o Iémen é considerado o país mais pobre da Península Arábica.

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