O governador da Florida, Ron DeSantis - que chegou a ser visto como o candidato capaz de derrotar Donald Trump nas eleições primárias do Partido Republicano - desistiu da corrida este domingo e anunciou que vai apoiar o ex-Presidente dos EUA.

"É claro para mim que a maioria dos votantes nas primárias republicanas quer dar outra oportunidade a Donald Trump... Embora eu tenha tido divergências com Donald Trump [...], ele é superior ao atual titular [do cargo de presidente dos Estados Unidos] Joe Biden. Isso é claro", afirmou DeSantis, num vídeo partilhado na rede social X (antigo Twitter).

No vídeo, DeSantis recorda que assinou um compromisso de "apoiar o candidato republicano" e que o honrará.

“Success is not final, failure is not fatal: it is the courage to continue that counts.”

- Winston Churchill pic.twitter.com/ECoR8YeiMm

— Ron DeSantis (@RonDeSantis) January 21, 2024

"Ele [Donald Trump] tem o meu apoio, porque não podemos voltar à velha guarda republicana de antigamente, ou à forma reformulada de corporativismo requentado que [a também candidata às primárias do Partido Republicano] Nikki Hailey representa", afirmou.

DeSantis era um dos principais adversários de Trump para disputar a Casa Branca em novembro pelo Partido Republicano. A sua saída deixa Nikki Haley, ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, como a única rival significativa de Trump.

Na segunda-feira, recorde-se, Trump venceu com folga nas primeiras primárias do país - por larga margem -, obtendo cerca de 56.300 votos, 51% do total em Iowa. O ex-presidente dos EUA obteve o maior número de votos em 99 condados de Iowa, perdendo em apenas um, mas por um único voto. Trump obteve 51%, contra 21% de DeSantis e 19% de Haley. 

Após a derrota inicial, DeSantis passou a focar-se em New Hampshire - onde Haley está à frente de Trump em algumas sondagens - e na Carolina do Sul, antes de anunciar a sua desistência.

Trump agradece apoio de DeSantis (e ataca Nikki Haley)

"Estamos honrados com o apoio do governador Ron DeSantis e de tantos outros ex-candidatos republicanos", revela um comunicado da equipa da campanha de Donald Trump em reação à 'saída'.

Para a equipa do ex-presidente norte-americano agora é altura de todos os republicanos se unirem em torno de Trump para derrotar o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a sua "presidência desastrosa". Em comunicado, Nikki Haley, a oponente de Trump nas primárias republicanas, é apelidada de "candidata dos globalistas e dos democratas".

Nikki Haley e Ron DeSantis © JIM WATSON/AFP via Getty Images

No domingo à noite, Trump asseverou que quer garantir a nomeação como candidato presidencial republicano já na terça-feira, na primeira das eleições primárias republicanas, em New Hampshire.
 
Num comício em Rochester, a maior cidade do Estado do nordeste norte-americano, Trump apelou aos apoiantes para votarem em massa e "fixarem novos recordes" na primeira das eleições primárias republicanas, marcada para terça-feira. Depois, voltou a elogiar Ron. 

As primárias republicanas testarão a liderança do ex-presidente Trump num estado em que venceu por uma margem confortável nas primárias de 2016, mas que tem um eleitorado consideravelmente mais moderado do que aquele que lhe proporcionou uma grande vitória nos 'caucus' do Iowa a 15 de janeiro.

Um 'caucus' é uma reunião de pessoas com interesses ou objetivos comuns, que pode repetir-se em diversos locais nos estados onde decorrem, com os participantes a discutir assuntos partidários em que indicam a sua preferência por um candidato presidencial para representar o partido nas eleições de novembro.

Mas o que dizem as sondagens?

Três sondagens de alta qualidade realizadas em New Hampshire após os 'caucus' do Iowa evidenciaram a consistência do favoritismo de Donald Trump face aos seus oponentes na corrida à indicação republicana, com Haley a posicionar-se como a principal adversária. Aqui, note-se, DeSantis ainda não tinha desistido. 

Já duas sondagens do Boston Globe/NBC-10/Suffolk, assim como outro levantamento feito pelo St. Anselm College, mostram o ex-presidente a superar a ex-embaixadora da ONU Nikki Haley por dois dígitos, dando todas elas 50% - ou mais - dos votos a Trump.

Ainda de acordo com as três sondagens, Haley vence entre os independentes por entre 10 a 20 pontos, enquanto Trump sai vitorioso entre republicanos registados por cerca de 40 pontos.

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