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Grupo armado Exército Arakan tomou município em Myanmar
O Exército Arakan, um forte grupo étnico armado que combate os militares de Myanmar sedeado no estado de Rakhine, reivindicou hoje ter tomado um município na fronteira com a Índia e Bangladesh.
© iStock
Mundo Myanmar
Depois de relatos dos meios de comunicação e residentes locais, o grupo confirmou a tomada do seu primeiro município no âmbito dos ataques surpresa lançados em meados de novembro contra alvos militares.
À agência Associated Press, Khaing Thukha, um porta-voz do Exército Arakan, garantiu que a região de Paletwa passou a ser uma "área livre do conselho militar", numa referência ao governo militar do país.
"O aparelho administrativo e as garras do conselho militar chegaram ao fim. A administração, a segurança e o Estado de direito na região de Paletwa serão implementados conforme necessário", segundo Khaing Thukha, em mensagens de texto.
O governo da junta militar ainda não fez quaisquer comentários.
O Exército Arakan integra uma aliança armada de grupos étnicos que recentemente conquistou território estratégico no nordeste do país.
A par do Exército da Aliança Democrática Nacional de Myanmar e do Exército de Libertação Nacional de Ta'ang -- sob o nome de Aliança das Três Irmandades -- foi lançada, a 27 de outubro, uma ofensiva coordenada no norte do estado de Shan, ao longo da fronteira com a China.
A aliança afirma ter tomado mais de 250 postos militares avançados, cinco passagens de fronteira e uma grande cidade perto da fronteira chinesa, além de várias importantes cidades.
Com o objetivo de alcançar autonomia do governo central, o Exército Arakan é o braço armado do movimento étnico minoritário de Rakhine, onde, em 2017, decorreu uma operação do exército e que levou cerca de 740 mil membros da minoria muçulmana a refugiarem-se no Bangladesh. O anterior nome de Rakhine é Arakan.
A localização de Paletwa é estratégica dada a sua localização e é a sede do Exército Arakan desde 2015. Porém, a maioria dos habitantes da zona é da etnia minoritária Chin o que tem provocado tensões.
Os Chin têm sido a principal força de resistência aos militares desde 2021, pelo que partilham um inimigo comum com o Exército Arakan.
Leia Também: Myanmar. Junta militar e guerrilheiros voltam a concordar com cessar-fogo
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