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Governo espanhol diz ser impossível recolher bolas de plástico no mar

O Governo espanhol disse hoje que as bolas de plástico que estão a dar à costa no norte do país não podem ser recolhidas no mar e negou ter omitido informação às autoridades regionais da Galiza sobre este caso.

Governo espanhol diz ser impossível recolher bolas de plástico no mar
Notícias ao Minuto

15:46 - 10/01/24 por Lusa

Mundo Galiza

Em resposta a apelos das autoridades das regiões do norte de Espanha, a ministra do Ambiente, Teresa Ribera, disse hoje que a recolha do plástico em alto mar, antes de chegar às praias, "é impossível por causa do tamanho dos 'pellets'", como são conhecidas as minúsculas bolas plásticas com menos de 3 milímetros de diâmetro que estão a dar à costa.

Mil sacos com 26,2 toneladas destes 'pellets' caíram ao mar, em águas portuguesas, a 80 quilómetros de Viana do Castelo, em 08 de dezembro, dentro de um contentor que estava a ser transportado por um cargueiro, segundo informações do armador do barco prestadas ao Governo espanhol.

As minúsculas bolas de plástico estão desde o final da semana passada a dar à costa em quantidade no norte de Espanha, em especial na Galiza, com associações ecologistas e a imprensa local a falar em "maré de plásticos" e "areais pintados de branco".

A "maré de plásticos" alastrou nos últimos dias para as outras regiões do norte de Espanha, com as autoridades autonómicas a ativar planos de emergência por contaminação marinha e algumas a pedirem ao Governo central que recolha o plástico ainda no mar.

A ministra do Ambiente disse hoje que o serviço de Salvamento Marítimo, que patrulha as águas espanholas, tem feito "voos de reconhecimento, segue as imagens por satélite" e as minúsculas bolas de plástico "não são visíveis", pelo que "muito dificilmente" se conseguirão recolher no mar.

Teresa Ribera acrescentou que o plástico está há semanas no mar, a ser levado pelas correntes, e "o alerta só saltou quando chegaram a terra, o momento em que se tornou visível".

A ministra, que faz parte de um governo liderado pelos socialistas, voltou também a negar as acusações do executivo regional da Galiza, que é do Partido Popular (PP, direita), sobre o atraso na partilha de informações sobre a queda de contentores ao mar, em águas portuguesas, com estes plásticos.

O governo regional (conhecido como Xunta) acusou o executivo central de omitir informação que havia recebido de Portugal em 08 de dezembro, assegurando que isso limitou "a capacidade da Galiza de ativar uma resposta abrangente à possível chegada de destroços à costa".

A ministra do Ambiente espanhola disse hoje que em 08 de dezembro, e em respeito pelos protocolos internacionais nestas matérias, o próprio armador do barco lançou uma mensagem de segurança à navegação em que indicou que um golpe de mar tinha feito cair contentores à agua, dando "conhecimento para que os barcos que estão na zona não choquem com esses contentores".

"Isto é um aviso protocolar que faz o armador e é o que serve de referência quando aparece este material nas praias para se devolver a mensagem e perguntar se aqueles contentores continham aquele material", mas "não é uma mensagem dirigida desde Portugal nem às autoridades espanholas", disse Teresa Ribera.

O armador informou em 20 de dezembro Espanha sobre o conteúdo dos contentores e a ministra garantiu hoje que há "um 'tracking'" de comunicações com as autoridades galegas que provam que a partilha de informações foi sempre imediata.

Além disso, acrescentou que a primeira entidade a ter conhecimento dos plásticos nas costas foi a própria Xunta, através dos serviços de vigilância das praias e de emergência, que comunicaram ao Governo central em 13 de dezembro a identificação dos primeiros plásticos nos areais, seguindo-se os contactos com o armador.

"Aquilo de que sentimos falta é de uma reação rápida de limpeza [que compete à Xunta] ou de um pedido de colaboração para essa limpeza", disse Teresa Ribera.

O Governo português, através do Ministério do Ambiente, disse na terça-feira estar atento ao caso e assegurou que não foi detetado "qualquer vestígio" na costa portuguesa.

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