Autoridades bielorrussas desencadeiam nova ação contra a oposição

O gabinete de investigação criminal bielorrusso indicou hoje que conduziu buscas na sequência de provas sobre uma alegada tentativa da oposição tomar o poder em 2020, medida que os críticos denunciaram como uma nova ação repressiva contra a dissidência.

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Lusa
28/11/2023 17:55 ‧ 28/11/2023 por Lusa

Mundo

Bielorrússia

Em 2020, a Bielorrússia testemunhou protestos massivos no decurso da contestada vitória eleitoral do Presidente Alexander Lukashenko, no poder desde 1994. A oposição e o Ocidente consideraram fraudulentas as eleições realizadas em agosto de 2020.

Milhares contestaram nas ruas a eleição de Lukashenko e o Governo bielorrusso respondeu com repressão, com cerca de 35.000 pessoas detidas.

Pavel Latushka, um antigo ministro que se juntou à oposição e abandonou o país, disse hoje à agência noticiosa norte-americana AP que a sua casa em Minsk foi revistada pelas autoridades, juntamente com dezenas de apartamentos de outros opositores e dos respetivos familiares por todo o país. O opositor disse ainda que as buscas envolveram polícias armados, que em vários casos arrombaram as portas de entrada das casas.

"Trata-se de uma nova vaga da brutal supressão da dissidência e perseguição a quem deixou o país, e em particular aos que permaneceram na Bielorrússia", denunciou Latushka.

"É a vingança das autoridades face aos que pediram um indiciamento criminal de Lukashenko e do seu círculo pelos crimes que cometeram", acrescentou.

O Comité de Investigação da Bielorrússia disse que as buscas se inserem numa investigação criminal sobre as atividades do Conselho de Coordenação, formado pela oposição após a votação de 2020 para acompanhar e dirigir os protestos.

Entre os membros deste Conselho encontram-se a escritora Svetlana Alexievich, vencedora do prémio Nobel da Literatura 2015 e que deixou o país, e Ales Bialiatski, o principal ativista bielorrusso de direitos humanos, um dos galardoados com o Nobel da Paz 2022, e que cumpre dez anos de prisão.

Previamente, as autoridades apelidaram o Conselho de "extremista" e acusaram os seus membros de cometerem alta traição e de conspirarem numa tentativa de tomar o poder. O Comité de Investigação disse que pretende confiscar os apartamentos e outros bens pertencentes aos membros do Conselho.

A líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaia, que abandonou a Bielorrússia após a votação de 2020, condenou as ações das autoridades, "destinadas a intimidar os opositores".

Mas, segundo garantiu, a repressão "não conseguirá silenciar-nos".

Leia Também: Mulher de Nobel bielorrusso denuncia confinamento solitário do ativista

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