Itália emite quase meio milhão de vistos de trabalho para não-europeus

Um decreto prevê a autorização de 497.550 entradas entre 2026 e 2028, incluindo quase 165.000 no próximo ano. No entanto, a medida foi considerada insuficiente para resolver o problema da falta de mão-de-obra em Itália.

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© TIZIANA FABI/AFP via Getty Images

Lusa
01/07/2025 16:51 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Itália

O Governo ultraconservador italiano aprovou a emissão de quase 500.000 novos vistos de trabalho para cidadãos não-europeus, uma medida considerada hoje insuficiente para resolver o problema da falta de mão-de-obra no país.

 

Um decreto adotado pelo Conselho de Ministros na segunda-feira à noite prevê a autorização de 497.550 entradas entre 2026 e 2028, incluindo quase 165.000 no próximo ano.

As autorizações serão divididas entre trabalho não sazonal e independente, e trabalho sazonal nos setores agrícola e turístico, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

O Governo de Giorgia Meloni já emitiu 450.000 autorizações entre 2023 e 2025, elevando o total para quase um milhão, um aumento muito acentuado após 70.000 em 2021 e 75.700 em 2022.

Desde que foi eleita em 2022, Meloni, líder do partido de extrema-direita Fratelli d'Italia (FDI), fez da luta contra a imigração ilegal uma das prioridades.

Mas o executivo que lidera está a tentar aumentar o número de canais legais de imigração para trabalhadores não-europeus para colmatar a falta de mão-de-obra num país envelhecido e com uma taxa de natalidade em queda.

O principal sindicato agrícola, Coldiretti, saudou a decisão do Governo como "um importante passo em frente para garantir a disponibilidade de trabalhadores nos campos e, consequentemente, a produção alimentar".

No entanto, um responsável do sindicato CGIL - o maior e mais antigo de Itália - afirmou que as novas quotas não têm em conta a dinâmica da migração e as necessidades de mão-de-obra.

De acordo com Maria Grazia Gabrielli, o número de pedidos está muito abaixo das quotas disponíveis, com exceção do trabalho doméstico.

Em 2023 e 2024, apenas 7,5% a 7,8% das quotas resultaram efetivamente numa autorização de residência, afirmou.

Gabrielli criticou a política do Governo de dar prioridade aos candidatos de países que organizam campanhas mediáticas para desencorajar os cidadãos de emigrarem ilegalmente para Itália.

A política italiana em matéria de trabalhadores estrangeiros está repleta de lacunas jurídicas, das quais as organizações criminosas se aproveitam para explorar os trabalhadores ilegais, segundo a AFP.

Leia Também: Um morto e 87 sobreviventes num naufrágio ao largo de Itália

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