"A jornalista Samira Sabou, que está detida em segredo há oito dias sem acusação, finalmente entrou em contacto com seu advogado, que foi às instalações da polícia judiciária em Niamey, onde a sua audiência começou", divulgou a RSF numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Segundo a RSF, que classificou a detenção de Samira Sabou como um "procedimento arbitrário" e pediu a sua "libertação imediata", a jornalista foi detida por "homens vestidos à civil a 30 de setembro", desconhecendo-se os motivos para a sua detenção.
Já na quarta-feira, o advogado da jornalista nigerina tinha apresentado queixa por "rapto, detenção ilegal e prisão arbitrária."
"Ela foi raptada no sábado (30 de setembro). Desde então, não entrou em contacto com ninguém", disse na ocasião o advogado Ould Salem Saïd.
Abdoulkader Nouhou Algachimi, marido de Samira Sabou, e presente no momento da detenção, declarou, segundo a RSF, que um dos "raptores" lhe mostrou a sua carteira profissional de polícia, mas que se recusou a dar o seu nome.
A jornalista já tinha sido detida em junho de 2020 e julgada por difamação na sequência de publicações relativas a um caso de sobrefaturação na compra de material militar, tendo sido absolvida.
Na altura, foi detida na sequência de uma queixa apresentada por Sani Mahamadou Issoufou, filho e antigo chefe de gabinete adjunto do antigo Presidente Mahamadou Issoufou (2011-2021).
O Níger é governado há mais de dois meses por um regime militar que chegou ao poder através de um golpe de Estado que derrubou o Presidente eleito Mohamed Bazoum.
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