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Quase 50 crianças de regiões anexadas por Moscovo chegaram à Bielorrússia

Pelo menos 48 crianças ucranianas chegaram hoje à Bielorrússia, provenientes de regiões da Ucrânia ocupadas e anexadas por Moscovo, divulgaram os 'media' bielorrussos.

Quase 50 crianças de regiões anexadas por Moscovo chegaram à Bielorrússia
Notícias ao Minuto

18:54 - 19/09/23 por Lusa

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O grupo de crianças é proveniente das regiões ocupadas de Donetsk, Lugansk e Zaporijia de cidades que foram capturadas pelo Exército russo em julho de 2022.

Estas regiões foram anexadas por Moscovo em dezembro do ano passado, embora a Ucrânia e a maioria da comunidade internacional não reconheça a validade da decisão e a Rússia não tenha controlo total sobre estas.

De acordo com fotos publicadas pela agência de notícias estatal bielorrussa Belta, as crianças surgem a segurar a bandeira vermelha e verde do estado da Bielorrússia, enquanto estavam rodeadas por elementos das forças de segurança.

A retirada das crianças da Ucrânia foi organizada por uma instituição de caridade bielorrussa, apoiada pelo Presidente Alexander Lukashenko, que já organizou programas de recuperação da saúde para crianças ucranianas na Bielorrússia.

"O Presidente, apesar da pressão externa, disse que este importante projeto humanitário deve continuar", frisou Alexei Talai, o chefe da instituição de caridade, numa entrevista à agência Belta, citada pela agência Associated Press (AP).

As autoridades bielorrussas negaram anteriormente as alegações de que a Bielorrússia ajudou a retirar ilegalmente crianças da Ucrânia.

Em junho, figuras da oposição bielorrussa entregaram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) materiais que, segundo estes, mostravam mais de 2.100 crianças ucranianas de pelo menos 15 cidades ocupadas pela Rússia que foram removidas à força para a Bielorrússia, com a aprovação de Lukashenko.

Pavel Latushko, ex-ministro da Cultura bielorrusso, espera que o material leve o TPI a emitir um mandado de prisão para Lukashenko, como fez com o Presidente russo Vladimir Putin.

"Vemos cada vez mais provas relacionadas com a transferência ilegal de crianças ucranianas para a Bielorrússia e isto continuará até que as organizações internacionais reajam e parem Minsk", sublinhou Latushko numa entrevista à AP.

Em março, o TPI emitiu mandados de detenção para Putin e para a comissária russa dos direitos da criança, Maria Lvova-Belova.

Os juízes de Haia, nos Países Baixos, referiram ter encontrado "motivos razoáveis para acreditar" que os dois eram responsáveis por crimes de guerra, incluindo a deportação ilegal e a transferência de crianças das regiões ocupadas da Ucrânia para a Rússia.

A Bielorrússia tem sido o aliado mais próximo de Moscovo desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, quando Lukashenko permitiu ao Kremlin enviar tropas e armas da Bielorrússia para a Ucrânia.

A Rússia também implantou armas nucleares táticas na Bielorrússia.

Leia Também: Ucrânia. Caritas denuncia ataque russo a armazém de ajuda humanitária

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