"Condições são muito precárias". 18 turistas espanhóis retidos na Etiópia

O ministério espanhol recomenda não viajar para a zona, mas a agência de viagens garante que não existe o aviso. 

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Notícias ao Minuto
09/08/2023 18:45 ‧ 09/08/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Espanha

Um grupo de 18 turistas espanhóis está preso no norte da Etiópia há cinco dias devido ao conflito armado entre militares e grupos armados da região.

Não conseguem encontrar forma de sair do país, uma vez que os aeroportos e as comunicações rodoviárias sofrem constantes bloqueios.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol garantiu que a Embaixada  em Adis Abeba está em "contacto permanente" com os espanhóis. 

Para além das condições, o grupo enfrenta agora um outro problema, avança o El País, já que há escassez de medicamentos e um dos elementos do grupo precisa de Sintrom, um fármaco contra a coagulação do sangue.

O grupo está atualmente retido numa pensão de uma pequena localidade rural de Amhara, foco de conflito entre as milícias rebeldes de Fano, enfrentadas pelo governo do país e pelo Exército.

Os turistas não podem sair do estabelecimento, saindo apenas a guia do grupo, Noelia, empregada da agência de viagens Kananga, que organizou a viagem. Terá sido ela a sair para conseguiu encontrar o medicamento. 

O ministério espanhol recomenda não viajar para a zona, mas a agência de viagens garante que não existe o aviso. 

“A medicação está a acabar-se e não estamos nas condições sanitárias adequadas", disse esta quarta-feira a turista Núria à emissora ​​Rac1. “Está cheio de pulgas e mosquitos, não temos água corrente e a comida e condições são muito precárias", asseverou. 

Recorde-se que o país está em estado de emergência desde dia 4. O Conselho de Ministros da Etiópia declarou o estado de emergência na região etíope de Amhara, depois de as autoridades locais terem pedido ajuda devido à intensificação dos confrontos entre as forças regionais e os militares. 

A segunda região mais populosa da Etiópia tem sido dominada pela instabilidade desde abril, quando as autoridades federais tomaram medidas para desarmar as forças de segurança de Amhara após o fim da devastadora guerra de dois anos na região vizinha de Tigray.

No ano passado, as autoridades também já tinham tentado desmantelar a milícia informal Amhara - conhecida como Fano.

Na passada semana, os residentes relataram combates em toda a região de Amhara, com membros das milícias a atacarem unidades do exército e manifestantes a bloquearem estradas.

Os voos para duas cidades turísticas muito populares, Lalibela e Gondar, foram suspensos. O acesso à Internet foi afetado.

A Etiópia foi em 2022 o palco do conflito armado mais mortífero em todo o mundo desde o genocídio do Ruanda em 1994, com mais de 104 mil mortes registadas na guerra do Tigray, no norte do país.

De acordo com o Índice Global da Paz (IGP), elaborado pelo Institute for Economics and Peace (IEP), "os combates entre as Forças de Defesa da Etiópia, a aliada Eritreia e o grupo rebelde TPLF [Frente Popular de Libertação do Tigray, na sigla em inglês] são o acontecimento mais mortífero desde 1994".

A região de Tigray, estado etíope no norte do país, assistiu às mais graves batalhas de guerra em todo o mundo, com mais de 104.000 pessoas mortas entre agosto e novembro de 2022, antes das tréguas assinadas entre o Governo etíope e a TPLF.

O IEP assinala que a violência decorrente de um conflito separado também aumentou em Oromia, o estado natal do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmned, durante 2022.

Leia Também: ONG apela à continuidade da ajuda às famílias da região etíope de Amhara

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