Etiópia. Governo declara estado de emergência na região de Amhara

O Conselho de Ministros da Etiópia declarou hoje o estado de emergência na região etíope de Amhara, depois de as autoridades locais terem pedido ajuda devido à intensificação dos confrontos entre as forças regionais e os militares.

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Lusa
04/08/2023 11:26 ‧ 04/08/2023 por Lusa

Mundo

Conselho de Ministros

O gabinete do primeiro-ministro etíope anunciou hoje a decisão, depois de o líder da região ter afirmado que as forças policiais regulares já não eram capazes de conter a violência. A declaração deve ser aprovada a seguir pelo Parlamento.

A segunda região mais populosa da Etiópia tem sido dominada pela instabilidade desde abril, quando as autoridades federais tomaram medidas para desarmar as forças de segurança de Amhara após o fim da devastadora guerra de dois anos na região vizinha de Tigray.

No ano passado, as autoridades também já tinham tentado desmantelar a milícia informal Amhara conhecida como Fano.

Esta semana, os residentes relataram combates em toda a região de Amhara, com membros das milícias a atacarem unidades do exército e manifestantes a bloquearem estradas.

Os voos para duas cidades turísticas muito populares, Lalibela e Gondar, foram suspensos. O acesso à Internet foi afetado.

O estado de emergência significa provavelmente restrições à circulação e um aumento dos poderes de detenção.

A Etiópia foi em 2022 o palco do conflito armado mais mortífero em todo o mundo desde o genocídio do Ruanda em 1994, com mais de 104 mil mortes registadas na guerra do Tigray, no norte do país.

De acordo com o Índice Global da Paz (IGP), elaborado pelo Institute for Economics and Peace (IEP), "os combates entre as Forças de Defesa da Etiópia, a aliada Eritreia e o grupo rebelde TPLF [Frente Popular de Libertação do Tigray, na sigla em inglês] são o acontecimento mais mortífero desde 1994", segundo o estudo do instituto de análise australiano divulgado esta quarta-feira, somando mais mortes do que as 82.000 estimadas na Ucrânia.

A região de Tigray, estado etíope no norte do país, assistiu às mais graves batalhas de guerra em todo o mundo, com mais de 104.000 pessoas mortas entre agosto e novembro de 2022, antes das tréguas assinadas entre o Governo etíope e a TPLF.

O IEP assinala que a violência decorrente de um conflito separado também aumentou em Oromia, o estado natal do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmned, durante 2022.

Leia Também: Agravamento do conflito no norte da Etiópia gera receio por novo Tigray

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