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Dois jovens europeístas disputam no domingo legislativas no Montenegro

Dois jovens europeístas disputam no domingo eleições legislativas antecipadas no Montenegro, em que, pela primeira vez em décadas, os temas socioeconómicos substituíram o debate entre continuar a aproximação ao Ocidente e manter laços com a Rússia.

Dois jovens europeístas disputam no domingo legislativas no Montenegro
Notícias ao Minuto

18:13 - 09/06/23 por Lusa

Mundo Montenegro

O aumento da popularidade do Movimento Europa Agora! (PES) - sem assento parlamentar, fundado no ano passado e liderado pelo jovem especialista em finanças Milojko Spajic, e pelo economista Jakov Milatovic, eleito Presidente da República em abril -- impôs novas prioridades no país.

Milojko Spajic, de 36 anos, entrou na política em 2020, quando foi nomeado ministro das Finanças do primeiro Governo em que, pela primeira vez em 30 anos, não estava o Partido Democrático dos Socialistas do Montenegro (DPS). Desde então, a instabilidade política provocou a queda de dois Governos.

O discurso de Spajic centra-se em temas económicos, com promessas de reformas e melhorias que aproximem o nível de vida dos cidadãos montenegrinos do dos países da União Europeia (UE).

Segundo as sondagens, a sua formação centrista e europeísta será a mais votada e o eixo do próximo Governo do Montenegro, conquistando 29% do eleitorado.

O PES foi constituído há um ano por Spajic e Milatovic, coautores de um programa económico que em 2021 duplicou para 450 euros mensais o salário mínimo nacional e aumentou cerca de 40%, para 700 euros, o salário médio mensal, o que lhes valeu muita popularidade.

O DPS, liderado até abril pelo então chefe de Estado, Milo Djukanovic, o homem-forte do país durante três décadas, apresenta uma tendência de queda, mas posiciona-se como o segundo partido mais votado no escrutínio, com 24% das intenções de voto, de acordo com as sondagens.

O cabeça de lista do DPS a estas legislativas é Danijel Zivkovic, também de 36 anos e que assumiu a liderança interina do partido em abril, após a demissão de Djukanovic, tendo agora a difícil missão de substituir aquele que liderou o país durante 30 anos, ora como primeiro-ministro, ora como Presidente, e que levou à sua entrada em 2017 na NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e a iniciar o processo de adesão à UE.

Da agenda de Zivkovic consta reformar um partido cuja popularidade está em queda desde que foi afastado do poder e, a nível pessoal, demonstrar que não está na sombra de Djukanovic.

Deputado desde 2017 e atualmente líder parlamentar do DPS, Zivkovic está a tentar apresentar o partido e a coligação "Unidos", com a qual se candidata, como o único garante da estabilidade política e da orientação europeísta do Montenegro.

Os seus críticos asseguram que é um rigoroso seguidor das políticas de Djukanovic e que não será capaz de reformar o partido, que desde 2020 acumula derrotas eleitorais.

O DPS, herdeiro do partido único durante a ditadura na antiga Jugoslávia e logo convertido em europeísta, e a pró-sérvia e pró-russa Frente Democrática (DF) protagonizaram durante anos a profunda divisão da sociedade montenegrina.

O seu debate centrava-se em decidir se o país, já membro da NATO e que quer integrar a UE, deve prosseguir essa via pró-Ocidente ou se deve manter a sua ligação à Rússia e à Sérvia, de que se separou em 2006.

As eleições do próximo domingo deverão pôr fim à instabilidade política neste pequeno país de apenas 620.000 habitantes.

O último Governo, de centro-esquerda europeísta, caiu em agosto de 2022, levando à convocação em março de eleições legislativas antecipadas, nas quais os eleitores poderão escolher entre 15 partidos e coligações.

Na breve campanha, abundaram as promessas de aumento de salários e pensões, prestações sociais e grandes investimentos, mas poucos explicaram como se financiariam tais projetos.

O PES prometeu aumentar o salário médio para os 1.000 euros e o mínimo para 700, a pensão mínima para 450 euros e reduzir a zero a taxa de desemprego nacional.

Por seu lado, o DPS assegurou que o seu programa de investimentos de mil milhões de euros levaria a um aumento de 50% do salário médio e de 20% da pensão mínima -- que é atualmente de 270 euros.

O desemprego no Montenegro situa-se atualmente em 18% e a inflação baixou de 16% em janeiro para 8,6% em abril.

ANC // SCA

Lusa/Fim

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