Moldova prolonga estado de emergência antes de receber cimeira europeia
O parlamento da Moldova prorrogou hoje por mais 60 dias o estado de emergência na ex-república soviética devido à guerra na vizinha Ucrânia, a uma semana da capital Chisinau receber uma cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE).
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Mundo Moldova
Na sessão parlamentar, o primeiro-ministro, Dori Recean, explicou que "mantêm-se os riscos para a Moldova, uma vez que existem possíveis violações do espaço aéreo" devido à campanha militar russa, aludindo ao risco de impacto de mísseis no território do país.
O governante sublinhou que as hostilidades podem levar a um novo aumento do fluxo de refugiados e também aludiu aos riscos para as infraestruturas civis ucranianas, que podem influenciar o abastecimento de energia à Moldova.
A prorrogação do estado de emergência, que expirava em 4 de junho, foi apoiada por deputados do Partido Ação e Solidariedade e rejeitada pela oposição pró-Rússia.
O parlamento já tinha prorrogado sete vezes o estado de emergência, decretado em 24 de fevereiro de 2022, no mesmo dia em que a Rússia iniciou a sua invasão militar na Ucrânia.
Na quinta-feira, os deputados aprovaram uma resolução sobre o curso irreversível da integração europeia do país, na tentativa de contrariar os sentimentos pró-Rússia da oposição.
Para tal, o primeiro-ministro apelou a todas as formações políticas e à sociedade civil para apoiarem "incondicionalmente" o cumprimento das obrigações decorrentes do pedido de adesão à União Europeia (UE), que concedeu à Moldova o estatuto de candidato à adesão em junho de 2022 juntamente com a Ucrânia.
A Moldova, um país que apoia a vizinha Ucrânia na guerra com a Rússia desde o início, vai acolher a cimeira da CPE em 1 de junho, sendo esperados mais de 40 líderes políticos.
Esta semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE acordaram lançar uma nova missão civil na Moldova para ajudar aquele país a fortalecer a segurança na gestão de crises e no combate às ameaças híbridas, em referência à Rússia.
A Presidente da Moldova, a pró-europeia Maia Sandu, acusou o Kremlin de tentar desestabilizar o país, instigando protestos da oposição contra o Governo europeísta, apoiando o espírito pró-Rússia na autonomia da região de Gagauzia e usando a carta de chantagem energética.
A guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ofensiva militar russa na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
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