O subsecretário norte-americano de Política de Fronteiras e Imigração, Blas Núñez-Neto, explicou em conferência de imprensa que a situação na fronteira "continua muito fluida e em constante evolução", razão pela qual as autoridades a monitorizam em tempo real.
Após o fim da emergência sanitária na noite de quinta-feira, os Estados Unidos deixaram de aplicar o Título 42, que permitia a expulsão de migrantes indocumentados a pretexto da covid-19, mas estabeleceram outras restrições aos pedidos de asilo na fronteira e começaram a deportar através de outro regulamento conhecido como Título 8.
As travessias irregulares de fronteira diminuíram nos últimos três dias em quase 50%, de 10.000 por dia para 5.000, segundo dados do Departamento de Segurança norte-americano.
"Capturamos e repatriamos milhares de não-cidadãos, indivíduos e famílias, para mais de dez países, como Colômbia, Honduras e Peru", explicou Núñez-Neto.
Além disso, lembrou que, com base num acordo no início do ano, todos os venezuelanos, cubanos, nicaraguenses e haitianos que cruzam a fronteira sem permissão são devolvidos ao México, em vez de regressarem aos seus países.
"Esta é a primeira vez que o Governo do México aceita o retorno de cidadãos não mexicanos na nossa fronteira terrestre. Tem funcionado bem nos últimos dias", considerou.
Ao contrário do Título 42, o Título 8 permite que os migrantes solicitem asilo na chegada à fronteira, mas desde que cumpram vários requisitos, incluindo ter feito o pedido nos países por onde passaram, caso contrário são rapidamente deportados.
Núñez-Neto disse que os migrantes "devem procurar proteção no país mais próximo do país de onde saem", e deu como exemplo Costa Rica, Honduras, Guatemala, Panamá ou México, por onde muitos passam antes de chegar aos Estados Unidos.
Leia Também: Entradas de migrantes na UE pelo Mediterrâneo Central aumentam 300%