O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Maxime Prévot, convocou a embaixadora de Israel em Bruxelas, Idit Rosenzweig-Abu, e exigiu que o Governo de Benjamin Netanyahu "volte atrás" numa decisão que, considerou, vai deteriorar ainda mais as condições de vida dos palestinianos, ameaçados de "fome generalizada", segundo a ONU.
"Manifestámos a nossa rejeição total desta decisão", disse Prévot, em declarações à agência de notícias Belga, acusando Israel de "continuar a colonização".
Na ótica da diplomacia belga, a ocupação de Gaza na totalidade "poderia comprometer definitivamente qualquer perspetiva de um cessar-fogo e de uma solução pacífica e duradoura de dois Estados".
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica também pediu o acesso total e desimpedido da ajuda humanitária, numa altura em que as Nações Unidas e várias organizações não-governamentais denunciam uma situação catastrófica em Gaza, após meses de bloqueio imposto por Israel.
Considerando a legitimidade de "querer acabar com o Hamas", movimento radical palestiniano que controla a Faixa de Gaza, o governante disse que "isso não pode ser feito às custas de operações [militares] desproporcionadas que aumentariam ainda mais a já enorme lista de vítimas civis".
O gabinete de segurança de Israel aprovou na madrugada de hoje uma proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.
O plano foi de imediato criticado por familiares de reféns israelitas, pela Autoridade Nacional Palestiniana e por vários governos.
Trata-se de uma nova fase da guerra em curso na Faixa de Gaza desencadeada pelo ataque em Israel do grupo extremista Hamas de 07 de outubro de 2023, com um balanço de dezenas de milhares de mortos e acusações de genocídio contra o Governo de Benjamin Netanyahu.
Leia Também: Cidade de Gaza ou toda a Faixa de Gaza? Eis o que se sabe do plano