O futebol português está, esta terça-feira, de luto pela morte de Jorge Costa, um nome incontornável, dentro e fora das quatro linhas, que se sentiu mal, ao início da tarde, quando se encontrava no centro de treinos do FC Porto, no Olival, e foi hospitalizado.
Tal como foi adiantado pelo Notícias ao Minuto, o diretor de futebol dos dragões ainda foi assistido no local, com recurso a um desfibrilhador, antes de ter sido transportado, de urgência, para o Hospital de São João, em Paranhos, no Porto. Segundo confirmou fonte do Hospital de São João, "entrou em paragem cardiorrespiratória na sala de emergência e verificou-se o óbito".
"Jorge Costa sofreu paragem cardiorrespiratória. Foi transportado pela VMER de Gaia em manobras de reanimação cardiopulmonar ao Hospital de São João, tendo se verificado o óbito na Sala de Emergência às 14h17. Apresentamos as condolências aos familiares, amigos e colegas de Jorge Costa", escreveu, em comunicado, a assessoria de imprensa do Hospital de São João
Este episódio ocorreu, de resto, no dia em que o plantel principal dos dragões regressou aos trabalhos, depois de desfrutar de um dia de folga, para dar início aos trabalhos de preparação tendo em vista o duelo da jornada inaugural da I Liga, perante o Vitória SC.
Historial clínico
Jorge Costa já sofrera um enfarte, em maio de 2022, pouco tempo depois de ter abandonado o comando técnico dos tunisinos do CS Sfaxien. Na altura, foi levado para o Hospital de Cascais, e, posteriormente, internado no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, onde foi submetido a um cateterismo.
O 'Bicho' (alcunha pela qual ficou conhecido, fruto da entrega que o caraterizava, dentro das quatro linhas, enquanto jogador), de tal maneira que, apenas quatro meses depois, foi oficialmente apresentado como treinador do Académico de Viseu.
Uma história 'made in' FC Porto
Natural da cidade do Porto, Jorge Costa deu os primeiros passos no mundo do futebol ao serviço do FC Foz, mas foi ao serviço do FC Porto, clube ao qual chegou, em 1987, com apenas 15 anos de idade, que acabaria por transformar-se numa 'lenda' dos relvados.
O então defesa-central não tardou a dar nas vistas, e, após empréstimos a Penafiel e Marítimo, viu Fernando Santos 'promovê-lo' à equipa principal dos dragões. A estreia oficial surgiu a 25 de agosto de 1992, e logo com o golo que valeu um triunfo sobre o Estoril, por 1-0.
Daí em diante, ninguém mais o parou. Foi utilizado num total de 383 jogos, ao cabo dos quais somou 25 golos e oito assistências. Pelo meio, conquistou oito títulos de campeão nacional, cinco Taças de Portugal, cinco Supertaças Cândido de Oliveira, uma Taça Intercontinental, uma Liga dos Campeões e uma Taça UEFA, estas três últimas, pela 'mão' de José Mourinho, que o 'recuperou', após um empréstimo ao Charlton Athletic.
Em 2005, partiu para a Bélgica, onde representou o Standard Liège, durante uma temporada, antes de colocar um ponto final na carreira. O regresso ao Dragão acabaria por concretizar-se em abril do passado ano de 2024, quando André Villas-Boas derrotou Jorge Nuno Pinto da Costa e Nuno Lobo, nas eleições para a presidência do clube, nomeando-o diretor do futebol, cargo que desempenhou até agora.
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