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Republicanos recusam debater já a expulsão do congressista George Santos

Com uma estreita maioria na Câmara dos Representantes, os líderes republicanos estão a deixar claro que pretendem que o processo legal sobre o congressista George Santos decorra, antes de tomar medidas para forçar uma eventual renúncia ou expulsão.

Republicanos recusam debater já a expulsão do congressista George Santos
Notícias ao Minuto

07:10 - 12/05/23 por Lusa

Mundo EUA

O congressista republicano de Nova Iorque, que se celebrizou por inventar parte da sua história de vida, compareceu esta quarta-feira, pela primeira vez, perante um tribunal federal em Long Island, após ser acusado de desviar dinheiro da sua campanha eleitoral.

Santos declarou-se inocente das acusações de que enganou doadores, roubou da sua campanha e mentiu ao Congresso sobre ser um milionário, tudo isso enquanto recebia benefícios de desemprego a que não tinha direito.

As 13 acusações que enfrenta são fruto de uma rede de fraudes e enganos que os procuradores dizem contrastar com a imagem pública fantasiosa que criou como um empresário rico - uma biografia fictícia que começou a desfazer-se logo após as eleições intercalares de novembro passado.

George Santos, de 34 anos, de origem brasileira e o primeiro Republicano eleito assumidamente 'gay', conquistou um assento na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos) nas eleições intercalares de outono passado.

Santos foi libertado sob fiança de 500 mil dólares após a sua acusação num tribunal federal de Long Island, cerca de cinco horas após se ter entregado para enfrentar acusações de fraude eletrónica, branqueamento de capitais, roubo de fundos públicos e declarações falsas ao Congresso.

O Republicano pode enfrentar até 20 anos de prisão se for condenado.

Os líderes republicanos, que durante meses enfrentaram perguntas sobre Santos depois da maior parte da sua biografia de campanha ter sido exposta como mentira, rejeitaram os pedidos, inclusive dentro do partido, para que tomassem medidas imediatas para a saída deste do Congresso.

"Na América, há a presunção de inocência. Mas são acusações sérias. Ele terá que passar pelo processo legal", realçou o líder da maioria na câmara baixa do Congresso, Steve Scalise, do Louisiana.

Scalise foi apoiado pela congressista republicana Elise Stefanik, de Nova Iorque, a terceira republicana da Câmara, que evitou a questão sobre se Santos devia renunciar.

"Como eu disse desde o início sobre questões sobre esse assunto, este processo legal vai-se desenrolar", frisou.

A posição que os líderes republicanos assumiram segue o precedente que o Congresso estabeleceu em casos criminais semelhantes ao longo dos anos.

A Câmara expulsou apenas dois membros nas últimas décadas, e ambas as votações ocorreram depois do congressista ter sido condenado por acusações federais.

Mas muitos dizem que a estreita maioria conquistada pelos republicanos na Câmara dos Representantes é certamente outro fator no pensamento da liderança do Partido Republicano.

"Há alguns membros da delegação de Nova Iorque e alguns outros a pedir a sua expulsão imediata do lado republicano, o que poderia inclinar a mão da liderança. Mas dado onde estamos com o limite da dívida e uma maioria de quatro votos, eles não querem perder nenhum desses votos agora", destacou Casey Burgat, professor assistente que lidera o programa de assuntos legislativos da Universidade George Washington.

Entre as acusações, os procuradores dizem que Santos induziu apoiantes a doar para uma empresa sob o falso pretexto de que o dinheiro seria usado para apoiar a sua campanha. Mas, em vez disso, segundo a acusação, o político usou o dinheiro para despesas pessoais, incluindo roupas de marcas de luxo e despesas com cartões de crédito e ligadas ao seu carro.

Santos também é acusado de mentir sobre as suas finanças em formulários do Congresso e de solicitar e receber benefícios de desemprego enquanto trabalhava como diretor regional de uma empresa de investimentos que o Governo fechou em 2021 devido a alegações de esquema de pirâmide.

Entre as mentiras que propagou durante a sua campanha eleitoral estavam a de que era um empresário rico de Wall Street com um portfólio substancial de imóveis, que havia sido um jogador de vólei na faculdade, entre outras.

Leia Também: George Santos arrisca-se a 20 anos de prisão. Mas quem é (e o que fez)?

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