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George Santos arrisca-se a 20 anos de prisão. Mas quem é (e o que fez)?

Entre dizer que a sua mãe sobreviveu ao 11 de Setembro - enquanto esta estava no Brasil - e mentir no currículo, são várias as polémicas, e acusações, de que é agora alvo.

George Santos arrisca-se a 20 anos de prisão. Mas quem é (e o que fez)?
Notícias ao Minuto

22:39 - 11/05/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo George Santos

George Santos fez a sua campanha rumo ao Congresso - onde ganhou um lugar - com uma vida que, nos últimos meses, se revelou mentira. Trazido até à 'barra do tribunal', Santos acabou por, na quarta-feira, se declarar inocente dos crimes de que é acusados nos Estados Unidos, mas para além do cadastro, houve muitas coisas que este republicano foi dizendo que acabaram por não ser bem como ele contava. 

Entre polémicas que atravessam fronteiras, o congressista foi-se defendendo e, até agora, recusou abdicar do seu cargo, algo que divide os responsáveis do seu partido.

Enquanto Marc Molinaro, membro da Câmara dos Representantes, notou que "mais tarde ou mais cedo, quer ele queira, quer não, tanto a verdade como a justiça vão chegar até" Santos, o líder desta câmara está mais à defensiva: "Acho que, nos Estados Unidos, és inocente até seres considerado culpado", defendeu Kevin McCarthy.

Mas, afinal, quem é George Santos e o que tem feito - e desfeito - até aqui?

As origens

Segundo uma biografia publicada pelo governo norte-americano, George Santos, de 34 anos, nasceu em Queens, no estado norte-americano de Nova Iorque. A nota, entretanto reescrita, referia, de acordo com a BBC, que os seus avós era judeus e que tinham "fugido da perseguição [que lhes foi feita] para a Bélgica, e depois, durante a II Guerra Mundial acabaram por fugir [de novo] para o Brasil". Já os seus pais, terão saído do Brasil "em busca do sonho americano". 

O congressista disse ainda, durante a sua campanha, que tinha estudado na Universidade de Baruch, uma das mais prestigiadas, e que fica localizada em Nova Iorque - antes de ter ingressado numa carreira em Wall Street. O responsável adiantava também que tinha trabalhado na Goldman Sachs e no Citigroup. Depois de uma investigação ao seu currículo levada a cabo pelo New York Times, percebeu-se que nem tinha frequentado o estabelecimento de ensino em questão, nem trabalhado nesses locais.

Estas mentiras já foram admitidas por Santos, assim como a posse de várias casas, que este alegava ter. Em vez das 13 propriedades, vive em Long Island com a irmã.

Santos terá ainda mentido sobre ser judeu, e, confrontado com essas declarações numa entrevista com Piers Morgan, desculpou-se com os seus antepassados. Ainda quanto à sua família, disse que a sua mãe, que morreu em 2019, tinha sobrevivido ao ataque ao World Trade Center, a 11 de Setembro - na altura, estava no Rio de Janeiro.

A investigação no Brasil

Segundo lembra a BBC, Santos está também na mira das autoridades brasileiras já que foi aberta uma investigação por, alegadamente, ter usado cheques roubados e um nome falso para os passar.

O caso foi suspenso porque as autoridades brasileiras não o conseguiram localizar, no entanto, num comunicado enviado à BBC, a procuradoria-geral do país notou que o facto de este ser um congressista norte-americano significa que "este teve uma morada a partir da qual pode ser convocado" e, por isso, pode ser dada continuidade à investigação.

De volta aos EUA...

George Santos, que foi presente ao tribunal federal do Distrito Leste de Nova Iorque, enfrenta 13 acusações, incluindo sete acusações de fraude eletrónica, três acusações de lavagem de dinheiro, uma acusação de roubo de fundos públicos e duas acusações de fazer declarações materialmente falsas à Câmara dos Deputados.

Já ontem, quando se declarou inocente destas declarações, tendo sido detido e posteriormente libertado sob fiança, no valor de quase 456 mil euros, o procurador-geral dos Estados Unidos, Breon Peace referiu que o arguido "arquitetou e executou um esquema para defraudar apoiantes na sua candidatura à Câmara [dos Deputados] e obter dinheiro ao incentivá-los a doarem fundos para uma [empresa não identificada] sob o falso pretexto de que o dinheiro seria usado para apoiar a [sua] candidatura".

"Na verdade, gastou milhares de dólares com os fundos solicitados em despesas pessoais, incluindo roupas de luxo e pagamentos", acrescentou.

O responsável disse ainda que Santos pediu a um consultor político para 'alimentar' os seus apoiantes com "informações falsas" sobre a empresa não identificada, incluindo que era uma organização de bem-estar social e que as contribuições feitas à empresa seriam usadas em despesas independentes no apoio à sua candidatura.

O seu advogado, Joseph Murray, disse que Santos planeia continuar a sua campanha de reeleição e pediu permissão ao juiz para viajar livremente, embora tenha entregado o seu passaporte.

George Santos pronunciou apenas algumas palavras em tribunal, respondendo afirmativamente às questões feitas pela juíza que presidiu à audiência, que durou cerca de 15 minutos. O republicano pode enfrentar até 20 anos de prisão se for condenado.

Leia Também: Congressista George Santos declara-se inocente. Será libertado sob fiança

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