Guterres recorda genocídio em Ruanda e apela à rejeição do ódio

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu hoje que o genocídio que ocorreu em Ruanda, em 1994, não deve ser esquecido, alertando para a facilidade com que discursos de ódio se transformam em crimes.

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Lusa
07/04/2023 11:25 ‧ 07/04/2023 por Lusa

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"Nunca devemos esquecer o que aconteceu [...]. Temos que garantir que as gerações futuras vão sempre lembrar-se", referiu António Guterres, citado pela agência espanhola EFE.

O ex-primeiro-ministro português lamentou a morte de aproximadamente um milhão de crianças, mulheres e homens e homenageou os sobreviventes.

"Prestamos homenagem à resiliência dos sobreviventes. Reconhecemos o caminho do povo ruandês rumo à cura, restauração e reconciliação", sublinhou, alertando ainda para a facilidade com que os discursos de ódio se podem transformar em "crimes de ódio".

Desde o final do século XIX, os governos coloniais da Alemanha e, posteriormente, da Bélgica, separaram a população ruandesa em dois grupos fechados: os tutsis, que representavam 14% da população, e a maioria hutu.

As tensões entre as duas etnias deram origem a uma guerra civil entre o governo ruandês pró-hutu e os rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), liderada pelo atual Presidente do país, Paul Kagame.

Na noite de 06 de abril de 1994, a queda do avião em que viajavam os então Presidentes do Ruanda, Juvenal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, causou a morte deles e espoletou o genocídio contra os tutsis, em que pelo menos 800.000 pessoas foram mortas em cerca de cem dias.

Também hoje o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, através de uma publicação na rede social Twitter, felicitou Ruanda pela sua determinação em "ressurgir das cinzas, reconstruir o país e reconciliar".

Em Paris, será erguido, junto à margem do Sena, um monumento em homenagem às vítimas do genocídio.

O anúncio foi feito pelo palácio do Eliseu, que defendeu tratar-se de um gesto simbólico, mas importante.

"Estamos muito satisfeitos. Paris é uma cidade que fala ao mundo e é a demonstração de que França fez grandes progressos no reconhecimento deste genocídio", afirmou, em declarações à Agência France Presse (AFP), o presidente da associação de sobreviventes, Ibuka France.

O concurso público para a construção do monumento será lançado no final de maio.

As celebrações do Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio de 1994 vão ter hoje lugar em Kingali, capital do Ruanda, junto ao memorial do genocídio, onde estão enterradas mais de 250.000 pessoas.

Leia Também: Israel. Líbano vai queixar-se ao Conselho de Segurança da ONU após ataque

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