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ONG denuncia abusos das forças da União Africana

A organização Human Rights Watch (HRW) acusou hoje as forças da República Democrática do Congo integradas na Missão da União Africana na República Centro-Africana (MISCA) de estarem implicadas no desaparecimento de 11 pessoas no país.

ONG denuncia abusos das forças da União Africana
Notícias ao Minuto

09:41 - 02/06/14 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

A 24 de março, cerca de 20 soldados da MISCA levaram 11 pessoas -- incluindo quatro mulheres -- vinculadas às milícias cristãs "Anti-Balaka", da localidade de Boali, no norte de Bangui, e desde então desconhece-se o seu paradeiro, alertou a HRW.

"A União Africana tem de dizer o que aconteceu com o grupo que foi detido pelas forças de paz congolesas. As forças de paz estão ali para proteger a população civil, não para abusar dela", afirmou Peter Bouckaert, diretor de Emergências da HRW, em comunicado.

Por isso, a HRW pediu uma investigação internacional "independente e imparcial" ao incidente e a suspensão imediata dos direitos de manutenção da paz das tropas implicadas".

Algumas testemunhas citadas pela organização não-governamental mostraram medo em falar sobre o incidente porque as tropas da MISCA são conhecidas "pela intimidação e violência".

Fontes da MISCA contactadas pela HRW anunciaram que foi ordenada uma investigação ao sucedido, a qual será levada a cabo pela seção de direitos humanos da missão.

"Os desaparecimentos forçados, torturas e execuções extrajudiciais de civis são crimes graves contra os direitos humanos e uma burla ao mandato da MISCA", sustentou Peter Bouckaert.

Este não é o primeiro caso de abusos denunciado pela HRW, já que, em dezembro último, a organização pediu uma investigação à morte de dois líderes de milícias cristãs às mãos das tropas congolesas que os torturaram até à morte depois de um soldado congolês ter sido linchado.

A República Centro-Africana, país com 4,5 milhões de habitantes, entrou numa espiral de violência intercomunitária e inter-religiosa desde o golpe de Estado de março de 2013 levado a cabo pela coligação rebelde Séléka, dirigida por Michel Djotodia e com origem na minoria muçulmana, que afastou do poder o Presidente François Bozizé.

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