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Presidente da Catalunha exige responsabilidade por espionagem com Pegasus

O presidente do governo da região espanhola da Catalunha, o independentista Pere Aragonès, disse hoje que o Estado espanhol desamparou as vítimas de espionagem com o programa informático Pegasus e exigiu que sejam assumidas responsabilidades.

Presidente da Catalunha exige responsabilidade por espionagem com Pegasus
Notícias ao Minuto

13:10 - 21/03/23 por Lusa

Mundo Catalunha

"Não houve uma resposta que desse amparo aos nossos direitos fundamentais violados, presumivelmente por parte dos serviços de inteligência do Estado espanhol", disse Pere Aragonès, em declarações aos jornalistas antes de ser ouvido, em Madrid, por uma comissão do Parlamento Europeu (PE) que investiga a espionagem em países da Europa com recurso a programas informáticos nocivos (designados como 'malware') como o Pegasus.

Para Pere Aragonès, "alguém se deveria perguntar" por que é que políticos, jornalistas, organizações não-governamentais (ONG) e vítimas dessa espionagem estão a ser ouvidas por eurodeputados e não numa comissão do parlamento espanhol.

"É mais uma prova de como as instituições do Estado espanhol desampararam os cidadãos que viram violada a sua intimidade, como intercetaram as nossas comunicações, como se acedeu à nossa vida pessoal e atividade política pelo simples facto de defendermos a independência da Catalunha", acrescentou.

Pere Aragonès, que é também dirigente do partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e uma das pessoas alvo de espionagem com o Pegasus em Espanha, afirmou que iria partilhar com os eurodeputados a sua "experiência como vítima" e "exigir responsabilidades e resposta a todas as perguntas ainda pendentes", nomeadamente, "quem ordenou, com que objetivo e que dados" da vida pessoal e política foram recolhidos.

O presidente do governo regional da Catalunha foi ouvido pelos eurodeputados em Madrid em conjunto com a conselheira de Negócios Estrangeiros do seu executivo, Meritxell Serret, e um dos vereadores da câmara municipal de Barcelona, Ernest Maragall, todos eles membros da ERC e alvo de espionagem.

O PE avançou em abril de 2022 com uma comissão para investigar a utilização do programa informático nocivo Pegasus em Estados-membros da União Europeia (UE) e, num relatório preliminar, conhecido em novembro, dedicou capítulos específicos a Espanha, Grécia, Chipre, Polónia e Hungria.

Segundo esse documento, em Espanha houve "um grande número de alvos dos programas de espionagem", mas aparentemente, "foram objeto de vigilância por parte de diferentes agentes e por diferentes motivos".

"Existe a crença generalizada de que as autoridades marroquinas vigiaram" o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e os ministros da Defesa e da Administração Interna, Margarida Robles e Fernando Grande-Marlaska, respetivamente, lê-se no documento, que acrescenta que há, depois, "um segundo grupo de vítimas conhecido como 'CatalanGate'", que envolve deputados, eurodeputados, advogados e membros de organizações da sociedade civil, todos catalães.

O relatório preliminar sublinha que há referências, numa investigação da Universidade de Toronto, a pelo menos 65 pessoas espiadas dentro do 'CatalanGate', a partir de 2015, e que as autoridades espanholas reconheceram que tinham vigiado 18 delas, com autorização judicial.

Uma missão de nove eurodeputados desta comissão do PE estão em Madrid para encontros com políticos nacionais e regionais, entre os quais, vítimas de espionagem, a Provedoria de Justiça, ONG e outras pessoas e entidades, segundo uma nota de imprensa do PE.

A visita a Espanha segue-se a outras semelhantes já feitas a Israel, Polónia, Grécia, Chipre e Hungria.

O Pegasus é um programa informático desenvolvido em Israel que foi vendido a diversos Estados.

Leia Também: Políticos, jornalistas e ONG espanhóis ouvidos devido a espionagem

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