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Rússia contra expulsão da Igreja Ortodoxa da Ucrânia da principal sede

O Kremlin disse hoje que não aceitará a decisão das autoridades ucranianas de expulsar os monges da Igreja Ortodoxa Ucraniana, subordinada ao Patriarcado de Moscovo, da sua sede principal, o Mosteiro das Covas de Kiev.

Rússia contra expulsão da Igreja Ortodoxa da Ucrânia da principal sede
Notícias ao Minuto

13:18 - 13/03/23 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"Esta é uma atitude sem precedentes contra os representantes da Igreja Ortodoxa Russa. Consideramos isso inadmissível e, claro, defendemos que a comunidade internacional deve reagir adequadamente a esta decisão ultrajante", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Peskov acrescentou que o Kremlin "está preocupado" com a situação do clero, que deve abandonar a sua sede até 29 de março.

Em 10 de março, as autoridades de Kiev-Pechersk informaram o mosteiro da Igreja Ortodoxa Ucraniana que iriam rescindir o contrato de livre uso do mosteiro, dos templos e de outras propriedades da Igreja Ortodoxa, pelo que os cerca de 200 monges deveriam abandonar as instalações até ao final de março.

A decisão ocorre depois de o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) ter realizado buscas na sede desta congregação, abrindo processos criminais contra os seus principais representantes, alegando provas de "atividades subversivas".

Além disso, o Conselho Nacional de Defesa e Segurança da Ucrânia anunciou sanções contra uma dezena de clérigos e pessoas ligadas à congregação pró-russa, incluindo o governador do Mosteiro das Covas de Kiev, Pavlo (Lebed), e contra o ex-deputado do movimento Verkhovna Rada, Vadim Novinski.

No sábado, o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, dirigiu-se ao Papa Francisco e ao secretário-geral da ONU, António Guterres, apelando a que "exerçam todos os esforços possíveis" para evitar a expulsão dos monges e o encerramento do mosteiro.

"É lamentável que, enquanto a Ucrânia declara a adesão às normas democráticas, ao caminho do desenvolvimento europeu, ao respeito pelos direitos e liberdades humanos, esses direitos e liberdades estejam a ser violados da maneira mais flagrante", criticou Cirilo, que tem vindo a manifestar apoio à invasão russa da Ucrânia.

Para este dirigente religioso russo, a decisão de expulsão dos monges é repressiva, "carece de base legal" e responde à vontade de Kiev "sob a influência de funcionários seculares ou representantes de outras organizações religiosas".

Em setembro de 2022, Cirilo chegou a dizer aos seus fiéis, em referência à invasão russa da Ucrânia, que "o sacrifício no cumprimento do dever militar lava todos os pecados".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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