O subsecretário de Estado adjunto, Gabriel Escobar, que intervinha numa conferência de imprensa por videoconferência, defendeu que os dois países, assim como a Europa, colheriam benefícios da estabilidade que o plano traria.
"As nossas expectativas são muito altas relativamente a este acordo e acho que o que há de novo não é apenas a seriedade de ambos os governos, mas a seriedade dos nossos parceiros europeus em fazer isso acontecer à sombra de uma das maiores crises que a Europa já viu desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou.
Na segunda-feira, o Presidente sérvio Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, aprovaram tacitamente o plano da UE para por termo a meses de crise política e ajudar a melhorar os laços bilaterais.
O acordo prevê que os dois países reconheçam os respetivos documentos e símbolos nacionais, respeitem mutuamente a independência, autonomia e integridade territorial, o direito à autodeterminação, a proteção dos direitos humanos e a não discriminação.
Os dois dirigentes concordaram em aprofundar a cooperação futura nas áreas de economia, ciência e tecnologia, transporte e conectividade, justiça e aplicação da lei, saúde, desporto, proteção ambiental e pessoas desaparecidas.
A Sérvia e o Kosovo pretendem aderir à UE, que lhes disse que têm primeiro de resolver as suas diferenças.
O acordo expressa claramente que os dois países não vão criar dificuldades um ao outro para fazer parte do bloco.
O alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, disse ser "necessário mais trabalho" e que os dois líderes se encontrarão novamente no próximo mês.
As tensões aumentaram entre a Sérvia e a sua ex-província depois do Kosovo se ter separado unilateralmente em 2008.
A declaração de independência foi reconhecida por muitos países ocidentais, mas contestada pela Sérvia, com o apoio da Rússia e da China.
As negociações mediadas pela UE entre a Sérvia e o Kosovo tiveram pouco progresso nos últimos anos.
Recentemente, as tensões bilaterais ressurgiram à volta de questões aparentemente triviais, como formatos de placas de veículos ou a prisão de um polícia de etnia sérvia, provocando uma nova preocupação entre os líderes ocidentais de que um novo conflito nos Balcãs possa rebentar no momento em que a guerra da Rússia na Ucrânia entra no segundo ano.
A UE medeia as negociações entre a Sérvia e o Kosovo desde 2011, mas poucos dos 33 acordos assinados foram postos em prática.
Bruxelas e os EUA têm pressionado por um progresso mais rápido desde que a Rússia lançou em 24 de fevereiro de 2022 a invasão em grande escala da Ucrânia.
Nos últimos meses, enviados dos EUA e da UE visitaram Pristina e Belgrado regularmente para incentivar a aceitação das novas propostas, e os dois líderes reuniram-se com altos representantes da UE à margem da conferência de segurança realizada no iníquo do mês na cidade alemã de Munique.
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