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ONU alerta para aumento exponencial de chegadas de refugiados 'rohingya'

O número de refugiados 'rohingya' que chegam ao sudeste asiático aumentou exponencialmente em 2022, uma tendência que se mantém no ano em curso, alertou hoje a Organização Internacional para as Migrações, que aumentou as operações de assistência naquela região.

ONU alerta para aumento exponencial de chegadas de refugiados 'rohingya'
Notícias ao Minuto

14:09 - 31/01/23 por Lusa

Mundo Migrações

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência que integra o sistema das Nações Unidas, registou cerca de 3.300 chegadas de refugiados 'rohingya' à Indonésia, Malásia e Tailândia, em 2022, por rotas marítimas e terrestres, o que representa um aumento de 290% em relação ao ano anterior (cerca de 850 chegadas em 2021).

De acordo com um comunicado da organização, liderada pelo português António Vitorino, a tendência mantém-se em 2023, com quase 300 chegadas registadas só nos últimos dias.

Perante tal situação, a OIM referiu que está a aumentar as suas operações na região "para fornecer assistência humanitária vital".

Na mesma nota, a OIM precisou que está a trabalhar com o Governo da Indonésia, bem como com outras organizações não-governamentais (ONG), para acomodar este aumento de refugiados, providenciando acesso a água potável, alimentos e saneamento básico.

"Além deste trabalho, as nossas equipas estão a conduzir sessões informativas na língua 'rohingya' para apoiar os refugiados na identificação dos riscos ligados ao contrabando e tráfico de seres humanos, violência de género e exploração e abuso sexual", explicou a organização.

Ao mesmo tempo, na Malásia, a agência anunciou uma expansão do seu programa de assistência e alojamento, em resposta às ameaças de despejo que os refugiados 'rohingya' enfrentam.

"Desde o início da crise dos refugiados, a OIM tem sido firme em fornecer a assistência humanitária necessária aos 'rohingya'", disse Sarah Lou Ysmael Arriola, diretora regional da organização para a Ásia e o Pacífico, na mesma nota.

Desde 2020, mais de 3.000 'rohingyas' na Indonésia, Malásia e Tailândia receberam assistência direta da OIM.

Os 'rohingya' são uma minoria étnica muçulmana de Myanmar (antiga Birmânia) que enfrentam perseguição e discriminação há décadas por parte do Governo e da sociedade birmanesa.

Myanmar, de maioria budista, não reconhece esta minoria e impõe múltiplas restrições aos 'rohingyas', nomeadamente a liberdade de movimentos.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), cerca de 860.000 'rohingyas' vivem atualmente em campos de refugiados sobrelotados no Bangladesh. A maioria deles, na ordem dos 740.000, encontrou refúgio na zona de Cox's Bazar, desde meados de agosto de 2017, quando foi lançada, no estado de Rakhine (em Myanmar), uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

Outros países da região acolhem cerca de 150.000 refugiados 'rohingyas'.

A ONU estima em cerca de 600.000 mil os 'rohingyas' que ainda residem no estado de Rakhine.

A campanha de repressão do exército de Myanmar contra esta minoria foi condenada pela comunidade internacional e foi descrita pela ONU como limpeza étnica e um possível genocídio, incluindo o assassínio de milhares de pessoas, a violação de mulheres e de crianças e a destruição de várias aldeias, entre outras violações dos direitos humanos.

Leia Também: Rohingya. Um morto em confronto de grupos entre Myanmar e Bangladesh

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