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Trump processa histórico jornalista por divulgar áudio de entrevistas

O antigo presidente alega que Bob Woodward publicou áudios das suas conversas sem o seu consentimento num novo audiolivro, apesar de ter permitido a gravação para um primeiro livro.

Trump processa histórico jornalista por divulgar áudio de entrevistas
Notícias ao Minuto

10:41 - 31/01/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Donald Trump

Mais de dois anos depois do lançamento do livro 'best-seller' 'Raiva', do jornalista veterano Bob Woodward, o antigo presidente norte-americano Donald Trump decidiu, na segunda-feira, processar o histórico repórter, acusando-o de divulgar gravações das entrevistas sem o seu consentimento.

Trump deu as entrevistas a Woodward durante os últimos dois anos da sua presidência, que foram publicadas em livro, mas o antigo presidente está descontente com o facto de as gravações terem sido reaproveitadas para um audiolivro, que acompanha a versão escrita.

Segundo a NBC News, o processo foi apresentado no estado norte-americano da Flórida, focando-se então no lançamento de 'As Gravações de Trump: As 20 Entrevistas de Bob Woodward com o presidente Donald Trump' (do inglês 'The Trump Tapes: Bob Woodward’s Twenty Interviews with President Donald Trump'), publicado em outubro.

O antigo líder norte-americano, que é novamente candidato à Casa Branca, pede uma indemnização de 50 milhões de dólares (cerca de 46 milhões de euros) por considerar que Woodward tentou "capitalizar com a voz do presidente Trump".

Trump afirma no processo que permitiu que a sua voz fosse gravada apenas para o livro 'Raiva', publicado em 2020, considerando que Woodward quebrou a promessa ao, depois, publicar novamente as conversas.

A editora de Woodward, a Simon & Schuster, também foi implicada no processo, assim como a Paramount Global, que a detém.

Trump não ficou sem resposta e, num comunicado conjunto, Bob Woodard e a Simon & Schuster garantiram que o "processo do antigo presidente não tem mérito".

"Vamos defender-nos agressivamente contra isso. Todas as entrevistas foram gravadas com o conhecimento e concordância do presidente Trump. Além disso, é do interesse público ter este registo histórico das próprias palavras de Trump. Estamos confiantes que os factos e a lei estarão do nosso favor", argumentaram os acusados.

As entrevistas foram conduzidas entre dezembro de 2019 e julho de 2020, na Casa Branca e no resort de Mar-a-Lago, a atual residência de Trump na Flórida, com outras conversas a serem gravadas por telefone.

Um dos pormenores mais escrutinados do livro foi o facto de, em privado, Trump ter revelado a Woodward que tinha noção dos perigos da Covid-19 - apesar de, em público, ter optado por uma campanha baseada na desinformação, em conselhos divergentes em relação à ciência e por ter liderado uma gestão danosa da pandemia, sem as medidas restritivas necessárias para conter o avanço da doença.

Este é mais um processo que envolve o antigo presidente norte-americano, que tem lidado com a justiça em várias questões, desde a condenação por fraude fiscal da sua empresa, a acusações que o ligam ao ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021, entre muitos outros.

Bob Woodward, que tem lançado alguns dos livros mais importantes da política norte-americana, é também o principal jornalista responsável pelo trabalho de investigação que culminou com o escândalo de Watergate, o processo que acabou com a demissão de Richard Nixon.

Woodward escreveu três livros sobre a presidência de Trump. O último, 'Raiva', é o segundo exemplar de uma trilogia que inclui ainda 'Medo' e 'Perigo' (este último aborda os últimos dias de Trump na Casa Branca).

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