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Morreu ativista anti-apartheid e 'speaker' da África do Sul democrática

Frene Ginwala foi a primeira líder do parlamento sul-africano após a queda do regime de segregação racial que vigorou durante quase 50 anos.

Morreu ativista anti-apartheid e 'speaker' da África do Sul democrática

A África do Sul está de luto esta sexta-feira, depois de ter sido anunciada a morte de Frene Ginwala, a primeira presidente do parlamento sul-africano a ser eleita democraticamente, nas eleições de 1994.

Ginwala foi uma importante ativista anti-apartheid, o regime de segregação racial que colocou a minoria branca no poder, enquanto oprimiu em todos os aspetos da vida da sociedade a maioria negra - uma segregação que incluía a proibição das pessoas negras circularem em certas zonas, utilizarem certos transportes públicos, casarem com pessoas de outras etnias, votarem, entre muitas outras limitações.

A sua morte, aos 90 anos, foi anunciada pela presidência da África do Sul. Em comunicado, o presidente, Cyril Ramaphosa, salientou a luta e o ativismo de Ginwala pelos direitos da população negra, como advogada, jornalista, académica e líder política.

Durante as décadas de 1960 e 1970, Frene Ginwala viveu exilada em Moçambique e apoiou a fuga de vários membros do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido que foi banido pelo governo da altura (e que, ainda hoje, é o maior partido do país).

Ginwala voltou à África do Sul depois de anos de ativismo além-fronteiras, ajudando a alertar para as violações de direitos humanos e para o racismo estrutural no governo do país.

Depois da vitória do ANC em 1994, nas mesmas eleições em que Nelson Mandela conquistou uma presidência histórica, Frene Ginwala foi então nomeada 'speaker' da Assembleia Nacional, tornando-se assim na primeira pessoa a ocupar o cargo na democracia sul-africana.

O apartheid acabaria por ser totalmente desmantelado em 1994, durante a presidência do Nobel da Paz, F.W. de Klerk, que foi laureado em conjunto com Nelson Mandela (libertado da prisão em 1990). De Klerk promoveu, juntamente com Mandela, o retorno de vários partidos políticos, da liberdade de expressão e das leis que segregavam as pessoas negras.

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