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Peru proíbe entrada de Evo Morales por afetar "segurança nacional"

O Governo do Peru anunciou hoje ter proibido a entrada no país do ex-Presidente da Bolívia Evo Morales e de mais oito cidadãos bolivianos, que acusa de "atividades de índole política proselitista" que afetaram a "segurança nacional" peruana.

Peru proíbe entrada de Evo Morales por afetar "segurança nacional"
Notícias ao Minuto

18:45 - 09/01/23 por Lusa

Mundo Evo Morales

"Nos últimos meses, foram identificados cidadãos estrangeiros, de nacionalidade boliviana, que entraram no país para efetuar atividades de índole política proselitista, o que constitui uma clara violação da nossa legislação migratória, da segurança nacional e da ordem interna do Peru", declarou o Ministério do Interior peruano num comunicado.

A nota oficial salientou que o Peru "é um país soberano e democrático, cuja lei migratória estabelece que qualquer cidadão estrangeiro no território nacional tem o dever de se comportar cumprindo a ordem jurídica, em especial no que se refere à segurança nacional e à ordem interna".

"Em consequência, a 06 de janeiro do ano em curso, a Direção Nacional de Migrações, em estrito cumprimento das suas atribuições (...) ordenou o registo do impedimento de entrada no país, através de todos os postos de controlo migratório, de nove cidadãos de nacionalidade boliviana, entre os quais se inclui o senhor Juan Evo Morales Ayma", precisou.

A decisão das autoridades peruanas foi divulgada depois de a Presidente peruana, Dina Boluarte, ter anunciado na semana passada que estava a analisar junto das autoridades migratórias "a situação da entrada" de Morales no Peru, porque não deve "intervir em assuntos internos".

"No Peru, temos o direito de traçar a nossa própria história e de que ninguém - pessoas alheias ao território nacional - venha e queira intervir na condução da nossa história", sublinhou.

Em novembro de 2021, a comissão de Negócios Estrangeiros do Congresso peruano declarou Morales 'persona non grata' "pelo seu ativismo político negativo no Peru e a sua evidente ingerência e intromissão na agenda do Governo" do então Presidente, Pedro Castillo (2021-2022).

Morales também foi denunciado na passada quinta-feira junto do ministério público peruano pelo congressista ultraconservador Jorge Montoya, pela alegada prática de crimes contra a segurança nacional e traição à pátria, na modalidade de "atentado contra a integridade nacional".

Evo Morales, chefe de Estado da Bolívia entre 2006 e 2019, manteve uma presença ativa no Peru, sobretudo em regiões do sul do país, durante o Governo de Castillo, com o objetivo de incentivar a integração de regiões como Puno no projeto UNASUL (União de Nações Sul-Americanas), a plataforma internacional de movimentos sociais e indígenas que impulsiona.

O ex-governante tem estado muito ativo nas redes sociais com opiniões sobre a crise no Peru e mensagens para defender Castillo desde a sua destituição pelo Congresso peruano após ter tentado protagonizar um golpe de Estado, a 07 de dezembro último.

Os protestos no Peru, que fizeram 28 mortos, começaram em dezembro passado, depois de a então vice-presidente, Dina Boluarte, ter assumido a Presidência, após a destituição de Castillo por tentar dissolver o parlamento, intervir no poder judicial e governar por decreto.

Na quinta-feira passada, depois de ter conhecimento das críticas do atual Governo peruano contra ele, o ex-Presidente boliviano afirmou, na rede social Twitter, "dar a outra face" perante os "ataques políticos da direita peruana" e pediu que "parem os massacres" naquele país.

No sábado, defendeu o seu projeto UNASUL e assegurou que "o único separatismo no Peru é causado pelo racismo, a exclusão e discriminação dos grupos no poder em Lima contra o seu próprio povo".

Leia Também: Ex-ministro boliviano condenado nos EUA a 5 anos e 10 meses de prisão

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