Protestos regressam ao Peru com bloqueio de estradas em 9 regiões do país

As autoridades peruanas registaram hoje mais de 50 zonas "com trânsito interrompido" em nove regiões do país, numa nova vaga de protestos que exigem a demissão da Presidente Dina Boluarte e novas eleições para o parlamento.

Protestos no Peru

© Reuters

Lusa
06/01/2023 16:57 ‧ 06/01/2023 por Lusa

Mundo

Peru

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No final de uma trégua de Natal, e segundo a última atualização de um mapa interativo divulgado pela direção de Transportes terrestres (Sutran), as manifestações populares no Peru decorrem em 53 locais e abrangem 13 estradas nacionais.

A maioria dos bloqueios concentra-se na região de Puno (sul), perto da fronteira com a Bolívia, apesar de o trânsito também estar interrompido nas regiões vizinhas de Cusco e Madre de Dios.

Entre as zonas afetadas de Puno inclui-se uma estrada principal que estabelece a ligação terrestre com a Bolívia.

As manifestações no Peru regressaram na quarta-feira de uma forma mais concentrada e menos intensa face às registadas em dezembro passado, quando em apenas 20 dias de protestos foram mortas 28 pessoas em confronto com as forças policiais e militares.

Entre outras reivindicações, os manifestantes exigem a antecipação das eleições, marcadas pelo novo Governo para a primavera de 2024, a dissolução do Congresso, a convocação de uma Assembleia constituinte, a demissão de Boluarte do cargo de vice-presidente e a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, no poder entre 2021 e 2022 e condenado a 18 meses de prisão preventiva sob a acusação de promover um "golpe de Estado".

Na quinta-feira, em conferência de imprensa, Dina Boluarte considerou que os manifestantes "não possuem legitimidade para bloquear estradas" e exortou-os a dialogar com o seu Governo.

Após o seu afastamento pelo Congresso e imediata detenção em 07 de dezembro, Castillo protestou contra o que chamou "golpe de Estado", uma detenção "injusta e arbitrária" e prometeu "jamais renunciar ou abandonar" à "causa popular" que o elegeu Presidente.

A classe política dirigente e a oligarquia de Lima sempre desdenharam Castillo, um professor rural de origem indígena e dirigente sindical sem ligações às elites, sobretudo apoiado pelas regiões andinas desde as eleições presidenciais de 2021, que venceu por curta margem na segunda volta contra a candidata de extrema-direita Keiko Fujimori, a filha do anterior presidente Alberto Fujimori, condenado em 2009 a 25 anos de prisão, que não cumpriu na totalidade.

O pedido de dissolução do Congresso por Castillo -- uma decisão de imediato denunciada pelos Estados Unidos --, para além de eleições imediatas e uma reorganização do sistema judicial, está associado a uma rejeição massiva do parlamento pela população, cerca de 86% segundo uma sondagem divulgada em novembro.

O Congresso peruano, eleito antes das presidenciais, permanece dominado por forças hostis ao Presidente, mas as recentes sondagens garantiam uma vitória das forças de esquerda, que permitiria evitar os contínuos entraves às iniciativas do chefe de Estado, que também possuía os poderes para dissolver o hemiciclo.

Leia Também: Peru. Manifestantes retomam protestos para exigir novas eleições

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