Macron reforça proposta de "missão de estabilização" da ONU em Gaza

O Presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou hoje a proposta de uma "missão de estabilização sob mandato da ONU" para garantir a segurança da Faixa de Gaza, denunciando o plano de expansão israelita como "um desastre anunciado".

O presidente francês, Emmanuel Macron

© Pedro Nunes/Reuters

Lusa
11/08/2025 15:07 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O anúncio feito pelo gabinete israelita de uma expansão da operação [militar] à cidade de Gaza e aos campos de Mawasi e de uma reocupação por Israel constitui um desastre anunciado de uma gravidade sem precedentes e uma fuga em frente para uma guerra permanente", disse Emmanuel Macron numa declaração à imprensa.

 

Os reféns israelitas e a população de Gaza "continuarão a ser as primeiras vítimas desta estratégia", acrescentou.

Alguns dias após o anúncio do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de um plano para a ocupação da cidade de Gaza, no norte do enclave, pelo exército israelita para acabar com a guerra, Macron reagiu pela primeira vez afirmando que "é preciso pôr fim" ao conflito "com um cessar-fogo permanente", mostrando-se contra "uma operação militar israelita".

O chefe de Estado francês dá "prioridade" a "uma missão de estabilização sob o mandato da ONU que permitirá garantir a segurança da Faixa de Gaza, proteger as populações civis e apoiar uma governação palestiniana que, por si só, pode responder às necessidades das populações de Gaza e conduzir operações de desarmamento e desmilitarização do Hamas [grupo islamita palestiniano]".

"A França quer agir em prol da segurança de Israel, da libertação dos reféns, da retomada das ações humanitárias e do apoio às populações palestinianas", acrescentou, defendendo "uma coligação internacional sob o mandato da ONU para combater o terrorismo, estabilizar Gaza e apoiar as suas populações e implementar uma governação de paz e estabilidade".

"Estabelecemos as únicas bases credíveis com a Arábia Saudita em Nova Iorque, obtendo pela primeira vez um apelo unânime ao desarmamento do Hamas e à libertação dos reféns pelos atores regionais", acrescentou o governante, numa referência à conferência internacional que decorreu na ONU sobre a solução de dois Estados (Israel e Palestina), que foi copresidida por Paris e Riade.

A proposta da missão foi apresentada em 30 de julho, durante uma conferência na ONU que resultou numa declaração de 17 países, incluindo o Qatar e o Egito, para proteger a população civil, "apoiar a transferência das responsabilidades de segurança" para a Autoridade Palestiniana e fornecer "garantias de segurança para a Palestina e Israel, incluindo a supervisão" de um futuro cessar-fogo.

O Presidente francês apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para "trabalhar no sentido de implementar esta missão [de estabilização] e dotá-la de um mandato", acreditando que esta é "a única via credível para sair de uma situação inaceitável tanto para as famílias dos reféns como para os habitantes de Gaza" e para "reconstruir a paz e a segurança para todos".

Macron já afirmou que durante a Assembleia-Geral da ONU em setembro reconhecerá formalmente o Estado palestiniano, uma decisão que pretende angariar a adesão de outros países ocidentais que ainda não fizeram o reconhecimento.

O conflito em curso em Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 61 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

Atualmente, Israel reivindica o controlo de cerca de três quartos do território palestiniano, impondo um bloqueio no enclave que impediu as organizações internacionais de distribuírem ajuda à população, que tem sido feita exclusivamente desde maio pela Fundação Humanitária de Gaza, criada com apoio das autoridades de Telavive e Washington.

O Governo de Benjamin Netanyahu tem enfrentado acusações de genocídio.

Leia Também: Macron adverte que solução para conflito não dispensa ucranianos

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