"Apelamos ao presidente da República para que convoque com caráter de urgência todos os poderes do Estado e órgãos constitucionalmente autónomos para promover um espaço de diálogo que permita chegar a consensos e a acordos mínimos para restabelecer a estabilidade e a paz social", disse Elvia Barrios.
A presidente do Supremo Tribunal de Justiça do Peru falava após uma reunião do Conselho do Estado, com a ausência do presidente Castillo, do presidente do Congresso, José Williams, e da procuradora-geral, Patricia Benavides.
No sábado, Elvia Barrios convocou uma sessão do Conselho de Estado, para a qual convidou Pedro Castillo e José Williams para impulsionar o diálogo entre os poderes executivo e legislativo.
Na convocatória, a presidente do Supremo Tribunal explicava que a reunião visava "adotar ações que garantissem a governabilidade democrática da nação, baseadas no diálogo interinstitucional e no âmbito da Constituição".
Em resposta, o Ministério Público justificou no sábado a ausência da procuradora-geral na reunião de hoje do Conselho de Estado com o argumento de que Patricia Benavides tinha "a seu cargo investigações contra o presidente" peruano.
A tensão entre o Congresso e o governo peruanos aumentou recentemente quando o então primeiro-ministro, Aníbal Torres, um aliado de Castillo, apresentou uma moção de confiança ao Congresso, controlado pela oposição, que recusou votá-la.
Na sequência disso, Aníbal Torres renunciou ao cargo que tinha assumido em fevereiro.
Na quinta-feira, depois da renúncia de Torres, o presidente do Peru anunciou que ia reorganizar novamente o gabinete de ministros, abrindo portas a um eventual encerramento do Congresso pelo governo por si liderado e, consequentemente, novas eleições legislativas.
Pedro Castillo nomeou na sexta-feira Betssy Chávez como primeira-ministra. A ex-ministra da Cultura está a ser investigada por alegadamente contratar familiares para cargos públicos.
A nova primeira-ministra nomeou como seu assessor o seu antecessor, Aníbal Torres.
Desde que assumiu a presidência, em julho do ano passado, Pedro Castillo já nomeou cinco primeiros-ministros.
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