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OIM e ACNUR pedem desembarque de migrantes retidos em navios

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) instaram hoje os governos europeus a garantirem o desembarque seguro, partilhando responsabilidades, de centenas de migrantes resgatados retidos em navios de ONG.

OIM e ACNUR pedem desembarque de migrantes retidos em navios
Notícias ao Minuto

19:32 - 07/11/22 por Lusa

Mundo Migrantes

As duas organizações, OIM e ACNUR, pedem "um lugar de segurança" e o desembarque "imediato" de cerca de 600 pessoas que permanecem, algumas há várias semanas, a bordo de navios de organizações não governamentais (ONG) depois de terem sido resgatados no Mediterrâneo Central, ao largo das costas de Itália.

"Exortamos os Estados da região a protegerem a vida dos resgatados, pondo fim ao atual impasse e oferecendo um local de segurança para o desembarque (...) O desembarque seguro deve ser seguido por uma partilha significativa de responsabilidades entre todos os Estados envolvidos através de acordos regionais e cooperativos", referem a OIM e o ACNUR num comunicado conjunto.

Os esforços da Itália no desembarque de cerca de 400 pessoas, as mais vulneráveis, a bordo dos navios Humanity 1 e Geo Barents, "são bem-vindos", sublinharam, mas "é urgente uma solução para todos os sobreviventes restantes, nas quatro embarcações no mar".

Nos últimos dias, sucedem-se os salvamentos de centenas de migrantes clandestinos no Mediterrâneo Central, com os navios a procurarem na sua maioria um porto seguro em Itália, que mantém restrições severas ou até proibições ao desembarque.

Depois de esperar durante dias no mar, o grupo humanitário alemão Mission Lifeline, um desses casos, disse que a Itália autorizou hoje o seu navio de resgate de migrantes com 89 pessoas a bordo a seguir para o porto de Reggio Calabria.

O desespero das pessoas retidas a bordo dos navios levou hoje três migrantes resgatados pelo navio Geo Barents, gerido pela ONG Médicos Sem Fronteiras, a saltarem ao mar.

"Esta situação atroz tem de acabar agora!", pediu a organização nas suas redes sociais, onde lamentou a ação destas três pessoas e repetiu que a situação a bordo é "insustentável".

Segundo a OIM e o ACNUR, 234 pessoas permanecem no barco Ocean Viking, 217 no Geo Barents, 35 pessoas no Humanity 1 e outras 88 no Rise Above.

Além dos migrantes resgatados pelos navios destas ONG, a maioria com bandeira alemã e norueguesa, as autoridades italianas vêm fazendo também resgates de centenas através dos seus barcos de patrulha e salvamento.

Hoje mesmo, anunciaram que tinham resgatado cerca de 500 migrantes ao largo da Sicília e que metade deles foram encaminhados para o porto siciliano de Augusta.

Outras cerca de 220, principalmente mulheres e crianças, serão levadas para outra cidade portuária, Pozzallo, num plano de acolhimento que prevê também controlos sanitários e procedimentos de identificação, segundo as autoridades italianas.

"Acima de tudo, a prioridade deve ser salvar vidas e respeitar a dignidade humana", sublinham a OIM e o ACNUR, denunciando que "uma abordagem fragmentada e 'ad-hoc' (...) não pode ser seguida e não é sustentável".

As duas organizações insistem que "a obrigação de coordenar e responder aos sinais de angústia é da responsabilidade de todos os Estados envolvidos" e continuam a apelar a esses Estados para que impulsionem os recursos e as capacidades para cumprirem eficazmente as suas responsabilidades.

A maioria das 88.000 pessoas que já chegaram por mar a Itália este ano foram resgatadas pela Guarda Costeira italiana e outros navios de resgate liderados pelo Estado italiano ou chegaram de forma autónoma, revelam o ACNUR e a OIM no comunicado.

Quinze por cento foram resgatados por embarcações de ONG.

Pelo menos 1.337 pessoas desapareceram na rota de migração do Mediterrâneo Central este ano, de acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM.

Leia Também: Itália ordena barco humanitário a deixar as suas águas com 35 migrantes

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