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Tusk pede investigação ao papel da Rússia em escândalo na Polónia

O líder do maior partido da oposição da Polónia, Donald Tusk, pediu hoje ao Governo que esclareça as ligações a um escândalo com oito anos que envolve gravações ilegais de políticos importantes e importações de carvão da Rússia.

Tusk pede investigação ao papel da Rússia em escândalo na Polónia
Notícias ao Minuto

22:57 - 18/10/22 por Lusa

Mundo Donald Tusk

O antigo presidente do Conselho Europeu disse que a Rússia está envolvida no episódio, mas que é necessária uma comissão parlamentar de investigação para determinar a escala da interferência russa e até que ponto os polacos colaboraram com os serviços de inteligência russos.

As escutas telefónicas e a publicação de conversas privadas de líderes políticos e empresários criaram um escândalo em 2014 que prejudicou a posição do partido pró-europeu de Tusk, a Plataforma Cívica, e ajudou o partido populista Lei e Justiça a conquistar o poder no ano seguinte.

Tusk argumentou numa conferência de imprensa em Varsóvia que o caso lança uma nuvem negra sobre o atual Governo de direita, por dar a impressão de que chegou ao poder com a ajuda russa.

"É do interesse da Polónia, da opinião pública, mas também do seu interesse e do seu partido, que esta perturbadora ambiguidade, esta perturbadora sombra que paira sobre o seu governo não permaneça", disse Tusk, dirigindo-se ao líder do Lei e Justiça, Jaroslaw Kaczynski.

"Estou a pedir a criação de uma comissão parlamentar da investigação para que ninguém na Polónia possa especular que o poder do Lei e Justiça foi de facto instalado pelos serviços russos. Hoje essas suposições são válidas", acrescentou.

Depois de o Lei e Justiça ter assumido o poder, a Polónia aumentou as suas importações de carvão russo, embora as tenha bloqueado este ano em retaliação à invasão da Rússia à Ucrânia.

Por seu lado, o ministro da Justiça, Zbigniew Ziobro, que também é procurador-geral, disse que as declarações de Tusk eram falsas e o Ministério Público iria publicar o depoimento de um ex-sócio de um empresário polaco -- Marek Falenta -- que havia sido condenado a dois anos e meio de prisão por fazer gravações ilegais em restaurantes.

"Esta divulgação é importante e vai levar à conclusão de que o Ministério Público não está a agir neste caso por razões políticas, mas está a explicar o assunto de forma livre de motivações políticas", disse Ziobro.

Na altura das gravações, Falenta devia milhões de dólares a uma empresa de carvão russa ligada a Vladimir Putin.

Na segunda-feira, Ziobro havia dito que, se os serviços de inteligência russos tivessem um papel nas gravações, isso seria comprometedor para Tusk, que governou a Polónia como primeiro-ministro entre 2007 e 2014, porque revelava que os serviços de segurança polacos "eram tão fracos que os russos podiam agir livremente".

Já o atual primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, acusou Tusk de criar "cenários completamente falsos" para melhorar a sua reputação.

Tusk havia argumentado que a Polónia se tornou muito dependente das importações russas de carvão nos primeiros anos do Governo do Lei e Justiça.

Atualmente, a Polónia enfrenta uma escassez de carvão devido à crise energética.

Leia Também: Hungria descreve como "imoral" retenção de fundos da UE da Polónia

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