Novo líder em Burkina Faso pede fim de violência contra a França
O novo líder autoproclamado da junta militar do Burkina Faso, capitão Ibrahim Traoré, pediu hoje o fim dos atos de "violência e vandalismo" contra a França.
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Mundo Ibrahim Traoré
"As coisas estão gradualmente a voltar ao normal, por isso vos convidamos a fazer as vossas ocupações livremente e a desfazerem-se de qualquer ato de violência e vandalismo (...) em particular aqueles que possam ser perpetrados contra a Embaixada da França ou a base militar" em Ouagadougou, referiu o capitão Farouk Azaria Sorgho num comumicado lido na televisão nacional daquele país, tendo ao lado Ibrahim Traoré, noticiou a agência France-Presse.
O presidente deposto do Burkina Faso, tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, apelou, no sábado, aos autores do novo golpe de Estado de sexta-feira, que o derrubaram, para que "caiam em si para evitar uma guerra fratricida".
Em comunicado, Damiba fez um apelo a Traoré para evitar uma guerra fratricida.
Na sua primeira comunicação pública desde o golpe de Estado, Sandaogo Damiba também negou ter-se refugiado na base militar de Kamboincé, localizada a norte da capital do Burkina Faso, Ouagadougou, que abriga tropas francesas da Operação Barkhane (liderada pela França), que combate o terrorismo no Sahel.
"Nego formalmente que me refugiei na base francesa de Kamboincé. É apenas uma falsa informação para manipular a opinião", alegou.
Damiba pediu à população para "ficar calma em casa".
O Burkina Faso tem sofrido frequentes ataques terroristas desde abril de 2015, cometidos por grupos ligados tanto à Al Qaeda quanto ao Estado Islâmico, cujas ações afetam particularmente o norte do país.
Em novembro de 2021, um ataque a um posto da Gendarmerie causou 53 mortes - 49 gendarmes e 4 civis -, o que gerou grande descontentamento social que se traduziu em fortes protestos exigindo a renúncia do presidente burquinense, Roch Marc Christian Kaboré.
Alguns meses depois, a 24 de janeiro, os militares liderados por Damiba tomaram o poder num golpe - o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020 - e depuseram o presidente.
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