Macron criticado por "declarações desastrosas" no início da invasão russa
Em causa está o facto de o presidente de França ter referido que não é necessário “humilhar a Rússia” e de ter tentado conversar diretamente Putin para chegar a um cessar-fogo na Ucrânia.
© Reuters
Mundo Anders Fogh Rasmussen
O ex-secretário-geral da aliança transatlântica NATO, Anders Fogh Rasmussen, criticou o presidente francês, Emmanuel Macron, pela posição tomada no início da invasão russa da Ucrânia. Numa entrevista, publicada na sexta-feira pela revista Le Point, o dinamarquês considerou que os esforços diplomáticos foram “profundamente prejudiciais”.
Em causa está o facto de o presidente de França ter, em várias ocasiões, referido que não é necessário “humilhar a Rússia” para se alcançar a paz e de ter tentado, sem sucesso, conversar diretamente com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para chegar a um cessar-fogo na Ucrânia.
Para Rasmussen, que atuou como secretário-geral da NATO entre 2009 e 2014, a posição de Macron “não foi um sucesso”.
“Macron surpreendeu-nos no início da crise com a sua declaração, no mínimo, única e crítica de que Putin não devia ser humilhado e ofereceu uma rampa de saída. Tais declarações foram desastrosas e profundamente prejudiciais”, acrescentou, citado pela agência de notícias Reuters.
Já na terça-feira, no seu discurso na 77.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Macron tomou uma posição mais crítica em relação à Rússia e afirmou que planeia voltar a falar com Putin, nos próximos dias, sobre segurança nuclear.
Na sua intervenção, o chefe de Estado francês acusou ainda a Rússia de voltar ao “imperialismo e ao colonialismo” por levar a cabo referendos sobre uma possível anexação russa nos territórios separatistas pró-russos ou atualmente ocupados, como é o caso de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia.
No entanto, Rasmussen admitiu que não ficou “convencido” com as palavras de Macron. “Ele [Macron] enfraqueceu a coesão internacional. Penso que agora está a arrepender-se disso e a tentar recuperar a sua iniciativa”, disse.
Sublinhe-se que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de 5.900 civis morreram e oito mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: AO MINUTO: Rússia demite vice da Defesa; Irão promete resposta à Ucrânia
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com