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"Assassinos e mentirosos". Kuleba reage a declarações russas sobre ataque

Em causa estão as informações avançadas pelo Ministério da Defesa russo, esta terça-feira, que deu conta de que as suas forças "atingiram um depósito de armas recebidas dos Estados Unidos e da Europa".

"Assassinos e mentirosos". Kuleba reage a declarações russas sobre ataque

No rescaldo das declarações do Ministério da Defesa russo, que informou que o ataque a um centro comercial na cidade de Kremenchuk, na região de Poltava, se tratou de um bombardeamento a “um depósito de armas recebidas dos Estados Unidos e da Europa” que alastrou para um centro comercial "encerrado", o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, teceu duras críticas ao país, que acusou ser uma nação de “assassinos e mentirosos”.

“É doentio ver as reações russas ao ataque no centro comercial de Kremenchuk. Cidadãos russos aplaudem nas redes sociais. Diplomatas e funcionários russos espalham teorias da conspiração insanas, negando que o ataque tenha acontecido. A Rússia é um país de assassinos e mentirosos”, escreveu o responsável, na rede social Twitter.

Em causa estão as informações avançadas pelo Ministério da Defesa russo, esta terça-feira, que deu conta de que as suas forças “atingiram um depósito de armas recebidas dos Estados Unidos e da Europa, com armas aéreas de alta precisão”, cuja denotação provocou “um incêndio num centro comercial fora de serviço localizado ao pé do depósito”.

Por sua vez, o vice-embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Dmitry Polyansky, apontou haver “várias discrepâncias” no relato da Ucrânia, naquilo que descreveu como “uma nova provocação ao estilo de Bucha” – referindo-se ao massacre na cidade nos arredores da capital ucraniana, desmentido pelo Kremlin, apesar do acumular de provas que apontam para a responsabilidade russa.

“Exatamente aquilo que o regime de Kyiv necessita para manter as atenções na Ucrânia antes da cimeira da NATO”, lançou, também no Twitter.

Contudo, um balanço atualizado pelo Serviço de Emergência da Ucrânia (SES), esta terça-feira, revelou que o ataque provocou, pelo menos, 18 mortos. A mesma fonte indicou terem sido contabilizados 59 feridos, 25 dos quais internados em unidades de cuidados intensivos, tendo uma das vítimas mortais morrido, entretanto, no hospital.

Terão estado 440 pessoas, entre as quais 14 psicólogos, e 70 unidades envolvidas nas operações de resgate que, segundo o SES, ainda prosseguem. Cerca de 40 pessoas continuam desaparecidas, de acordo com a Procuradoria-Geral da Ucrânia.

Recorde-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou o ataque, que ocorreu na segunda-feira, adiantando, através do Telegram, que dentro do estabelecimento comercial estavam "mais de mil civis" e que o "local [estava] em chamas".

"O número de vítimas é impossível de imaginar", acrescentou, ressalvando que o centro não constituía “nenhum perigo para o exército russo”.

Kremenchuk, que antes da invasão russa tinha um total de 217 mil habitantes, é uma cidade industrial que serve de base à maior refinaria de petróleo da Ucrânia.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

A invasão russa - justificada pelo presidente russo pela necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

Leia Também: Já são 18 as vítimas mortais do ataque a centro comercial em Kremenchuk

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