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"Foi um inferno", relatam sobreviventes do ataque a centro comercial

Os sobreviventes relataram um cenário 'infernal', naquele que esperavam ser apenas mais um dia no estabelecimento.

Notícias ao Minuto

09:46 - 28/06/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Ucrânia/Rússia

Um balanço atualizado pelo Serviço de Emergência da Ucrânia (SES) dá conta de que o ataque russo a um centro comercial na cidade de Kremenchuk, na região de Poltava, provocou, pelo menos, 18 mortos. A mesma fonte indica terem sido contabilizados 59 feridos, 25 dos quais internados em unidades de cuidados intensivos, tendo uma das vítimas mortais morrido, entretanto, no hospital. Os sobreviventes relataram um cenário ‘infernal’, naquele que esperavam ser apenas mais um dia no estabelecimento.

“Esta é a sexta vez que a cidade foi bombardeada” desde o início da invasão russa, detalhou o diretor do hospital de Kremenchuk, em declarações à agência Reuters. “Mas nunca [nenhum bombardeamento] atingiu tantas pessoas”, acrescentou.

Terão estado 440 pessoas, entre as quais 14 psicólogos, e 70 unidades envolvidas nas operações de resgate que, segundo o SES, ainda prosseguem. Cerca de 40 pessoas continuam desaparecidas, de acordo com a Procuradoria-Geral da Ucrânia.

Ludmyla Mykhailets, de 43 anos, revelou à Reuters que estava numa loja de aparelhos eletrónicos com o marido, Mykola, quando a explosão a catapultou no ar.

“Fui de cabeça, e estilhaços atingiram o meu corpo. Estava tudo a colapsar. Caí no chão e não sei se estava consciente ou inconsciente”, disse, acrescentando ter partido o braço e a cabeça.

“Foi um inferno”, complementou Mykola, com uma ligadura ensanguentada na cabeça.

Ao ouvir o som das sirenes, os funcionários do estabelecimento comercial dirigiram-se para uma cave ali perto, contou Roman, de 28 anos, ao mesmo meio noticioso. O jovem adiantou que muitos ficaram no interior do centro comercial, uma vez que a gerência teria permitido que as lojas ficassem abertas durante os alertas de bomba, três dias antes. Na verdade, muitos ucranianos deixaram de reagir ao som, agora regular, das sirenes.

Na unidade de cuidados intensivos, Yulia, de 21 anos, revelou que o dia fatídico foi o seu primeiro dia a trabalhar numa das lojas do centro comercial.

Recorde-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou o ataque, que ocorreu na segunda-feira, adiantando, através do Telegram, que dentro do estabelecimento comercial estavam "mais de mil civis" e que o "local [estava] em chamas".

"O número de vítimas é impossível de imaginar", acrescentou, ressalvando que o centro não constituía “nenhum perigo para o exército russo”.

Kremenchuk, que antes da invasão russa tinha um total de 217 mil habitantes, é uma cidade industrial que serve de base à maior refinaria de petróleo da Ucrânia.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

A invasão russa - justificada pelo presidente russo pela necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.

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