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Mortos 53 ativistas de direitos humanos na Colômbia entre janeiro e março

Cinquenta e três defensores de direitos humanos foram mortos na Colômbia entre janeiro e março, segundo um relatório da ONG Somos Defensores divulgado esta quinta-feira, que aponta para um total de 254 ataques entre homicídios, agressões e ameaças.

Mortos 53 ativistas de direitos humanos na Colômbia entre janeiro e março
Notícias ao Minuto

06:51 - 06/05/22 por Lusa

Mundo Colômbia

O Sistema de Informação sobre Agressões contra Defensores de Direitos Humanos na Colômbia, onde a ONG baseou a sua análise, considerou este número como "alarmante" porque supera os 28 casos confirmados no mesmo período de 2021.

A organização divulgou ainda dados sobre a violência contra os ativistas em 2021, que foi o ano "mais violento dos últimos 12 anos contra este setor", documentando 996 ataques, incluindo 139 homicídios.

Sobre as mortes no primeiro trimestre do ano, a Somos Defensores apontou que 15 assassinatos ocorreram em janeiro, 20 em fevereiro e 18 em março, sendo que quatro vítimas eram mulheres e 49 homens.

Quanto aos alegados responsáveis pelas mortes, 40 são atribuídos a desconhecidos, sete a dissidentes das ex-FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), dois à guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), dois ao Exército e dois a paramilitares.

"Esses dados mantêm a tendência de períodos anteriores onde na maioria dos casos não é possível determinar o autor dos assassinatos, o que dificulta o trabalho de investigação e acusação e contribui para a persistência da impunidade", salienta o relatório.

A Somos Defensores referiu ainda que em média ocorreram 2,8 ataques contra defensores de direitos humanos entre janeiro e março, quando ocorreram 254 ataques.

"Com este número há um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2021 quando foram registados 180 eventos", alerta o documento, que considera 2022 um "ano altamente perigoso, onde as ameaças se tornaram efetivas e que tirou a vida de quem exerce liderança social nas regiões".

A ONG divulgou ainda que 2021 foi o ano mais violento desde que surgiu o sistema de informação, criado para documentar ataques contra ativistas.

"O programa registou um total de 996 ataques individuais durante 2021, isso significa que quase todos os dias foram cometidos três ataques contra defensores de direitos humanos ou lideranças sociais nos territórios", sublinhou a coordenadora do programa, Lourdes Castro, durante a apresentação do relatório.

O relatório frisou também que embora o governo "venda" para o exterior a ideia que a Colômbia é um país que garante direitos, a realidade nos territórios "revela o contrário".

Os dados apontam que os números de ameaças cresceram de 2020 para 2021, passando de 604 para 665, ataques de 79 para 93, prisões arbitrárias de 30 para 52 e roubo de informações subiram de 4 para 13 casos.

Leia Também: EUA. Maior narcotraficante da Colômbia 'Otoniel' declarou-se inocente

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