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Filhos de antigo Presidente do Gabão indiciados por corrupção em França

Quatro filhos do defunto Presidente do Gabão Omar Bongo Ondimba foram indiciados pela justiça francesa por corrupção, noticia hoje a agência France-Presse, que cita fonte próxima do processo.

Filhos de antigo Presidente do Gabão indiciados por corrupção em França
Notícias ao Minuto

14:11 - 21/04/22 por Lusa

Mundo França

Entre 25 de março e 05 de abril, o juiz Dominique Blanc indiciou sucessivamente Grace, 58 anos, Betty, 55, Arthur, 51, e Hermine Bongo, 53, por ocultação de desvio de fundos públicos, corrupção ativa e passiva e abuso de ativos corporativos, segundo informações obtidas pela AFP.

Ao abrigo deste dossiê, conhecido em França como "bens mal adquiridos", a justiça Francesa suspeita que numerosos membros da família Bongo, desde o falecido pai Omar ao filho Ali, o atual Presidente, passando pela filha Pascaline, de terem "conscientemente" beneficiado de um importante património imobiliário "fraudulentamente" adquirido pelo patriarca.

O valor deste património foi recentemente avaliado pela justiça em "pelo menos 85 milhões de euros".

Os quatro filhos indiciados de Omar, que foi Presidente do Gabão desde 1967 até à sua morte, em 2009, contestaram perante o juiz terem consciência da origem fraudulenta do património.

Todos disseram ter recebido como "presente" do pai os apartamentos parisienses adquiridos entre 1995 e 2004.

Segundo um acórdão de fevereiro do Tribunal de Recurso de Paris, a "enorme fortuna" da família provém "do dinheiro resultante do desvio de fundos públicos e de somas consideráveis provenientes do crime de corrupção das companhias petrolíferas".

"As investigações realizadas neste procedimento confirmaram-no", disse o juiz.

Após o banco francês BNP Paribas ter sido indiciado em maio do ano passado por branqueamento de capitais em benefício da família Bongo, estas acusações marcam uma nova aceleração nesta investigação, que começou em março de 2007 após uma queixa.

Outros filhos, dos 54 que Omar reconheceu, poderão seguir-se.

Contactado pela AFP, Jessye Ella Ekogha, porta-voz da Presidência do Gabão, recusou-se a comentar a notícia.

A advogada de Grâce Bongo, Elise Arfi, classificou como "escandalosa" e "política" a decisão de acusar a filha do antigo Presidente e assegurou que a defesa irá recorrer até ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos".

"Vinte e cinco anos após uma venda, vêm dizer à proprietária que os factos que permitiram financiar o apartamento não tinham uma origem lícita", indignou-se a advogada.

"O Estado francês recebeu todas as taxas e impostos que deveriam ser cobrados. Estas vendas foram legais e regulares", afirmou.

Além do BNP Paribas e dos filhos de Omar Bongo, 14 outras pessoas singulares foram processadas, incluindo membros da família do Presidente congolês, Denis Sassou Nguesso, e muitos franceses, nomeadamente um advogado, um notário ou uma gerente de imobiliária.

"O capítulo da família Bongo que se abriu continuará", disse William Bourdon, advogado da associação Transparência Internacional França, parte civil neste caso.

Ao abrigo de uma acusação semelhante, também no âmbito dos "bens mal adquiridos", o vice-presidente da Guiné Equatorial, 'Teodorin' Obiang, foi definitivamente condenado em julho a três anos de prisão a três anos de prisão com pena suspensa e multa de 30 milhões de euros, após o indeferimento do seu recurso pelo Tribunal de Cassação.

Leia Também: França entrega formalmente base de Gossi às forças armadas do Mali

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