O Gabinete do Comissário para a Informação do Reino Unido (ICO, na sigla em inglês) anunciou, esta quarta-feira, que não vai avançar com um processo contra as duas pessoas suspeitas de divulgarem de forma ilegal imagens de uma câmara de videovigilância de Matt Hancock, ex-ministro da Saúde, a beijar a sua assessora. Em causa estão “falta de provas”.
Recorde-se que as imagens - divulgadas a 25 de junho de 2021, mas datadas de 6 de maio - mostravam um beijo e um abraço íntimo entre o então ministro da Saúde e a assessora Gina Coladangelo. Na altura, o caso foi alvo de críticas, não só por Hancock ser casado há vários anos e ter três filhos menores, mas também por o beijo ter ocorrido quando o Reino Unido proibia o contacto íntimo entre pessoas de residências diferentes, como forma de combater a pandemia de Covid-19.
“A análise florence revelou que as imagens divulgadas foram provavelmente obtidas por alguém que gravou os ecrãs das câmaras de vigilância com um telemóvel. Seis telemóveis apreendidos durante a execução de mandados de busca não continham as imagens relevantes”, afirmou o ICO, num comunicado divulgado nas redes sociais.
We have concluded our investigation into the unauthorised disclosure of CCTV footage from DHSC. Following legal advice we have found insufficient evidence to charge anyone with criminal offences under the Data Protection Act 2018. pic.twitter.com/Kzhgf0HU3E
— ICO - Information Commissioner's Office (@ICOnews) April 13, 2022
O Gabinete do Comissário para a Informação do Reino Unido acrescenta que, “depois de receber aconselhamento jurídico”, foi possível concluir que “não havia provas suficientes para acusar qualquer pessoa de infrações criminais sob a Lei de Proteção de Dados de 2018” e, por isso, “encerrou a sua investigação”.
O caso levou à demissão de Matt Hancock do cargo de ministro da Saúde. Numa carta endereçada ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o responsável frisou que não pretendia que a sua “vida privada” retirasse “a atenção” dos esforços do governo para acabar com a pandemia de Covid-19.
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