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É preciso "ajudar países em desenvolvimento" a serem mais ecológicos

Investigadores e ativistas declararam hoje, Lisboa, que os países estão a implementar medidas para uma transição ecológica, mas será preciso ajudar os que estão em vias de desenvolvimento nesta mudança perante os danos causados pelas alterações climáticas.

É preciso "ajudar países em desenvolvimento" a serem mais ecológicos
Notícias ao Minuto

13:39 - 22/02/22 por Lusa

Mundo Ativismo

"Todos os países estão a tomar medidas, em maior ou menor grau, para combater as alterações climáticas e para uma transição ecológica e energética", declarou Jun Arima, professor na Escola de Políticas Públicas, Universidade de Tóquio, no Japão.

"Porém, em muitas nações, existem outras prioridades, como a educação e a saúde, que também exigem um grande financiamento. As prioridades diferem de país para país", de acordo com os seus governos e a sua capacidade de custear os diversos setores, sublinhou Arima.

O académico japonês falava num dos painéis da conferência "Gerar Energia para o Mundo e Preservar o Planeta", que decorre até hoje, em Lisboa.

"É necessário ajudar os países em desenvolvimento para crescerem a todos os níveis, nomeadamente temos de ajudá-los a não cometerem os mesmos erros que os países desenvolvidos já cometeram" no âmbito ambiental, afirmou por seu lado Gabriela Iacobuta, investigadora no German Development Institute, em Bona, na Alemanha.

"A transição ecológica e energética é outro ponto em que podemos auxiliar de várias formas", seja com a apresentação de "tecnologias verdes ou com o conhecimento nesta área", disse Gabriela Iacobuta.

Para a brasileira Cássia Morais, cofundadora e presidente da Youth Climate Leaders, "a maioria dos países converge para a ideia de que o cenário geopolítico e geoeconómico deve contribuir para a transição ecológica".

"Infelizmente, atualmente, há países que não estão a convergir para esta meta", como o Brasil, afirmou Cássia Morais, lembrando as políticas que promovem a desflorestação e a exploração dos recursos naturais do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Os investigadores e ativistas mostraram um otimismo relativo sobre o futuro da transição ecológica, referindo que há caminho também muito longo para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (medidas que pretendem levar a um mundo ecologicamente sustentável e de combate as alterações climáticas) sejam postos em prática em todos os países.

Segundo Arima, a perceção sobre as alterações climáticas é diferente nos vários países e também o "preço a pagar" para se obter uma sociedade economicamente e socialmente sustentável difere entre as nações.

Os principais obstáculos para se chegar a esta sociedade sustentável são a alteração de hábitos das pessoas, o financiamento e a mudança para energias verdes e quais os tipos destas que devem ser utilizadas - como hidrogénio, energia nuclear, modificação de combustíveis fósseis para energia mais limpa, entre outras questões associadas.

O investigador japonês referiu que se deve dar liberdade a cada país de escolher o seu modelo para a transição ecológica, sublinhando que, realisticamente, é impossível exigir que as nações abandonem repentinamente os combustíveis fósseis, por isso é tão importante uma transição bem planeada entre as fontes de energia.

"Estamos na 'era da informação', que está no centro de todo o desenvolvimento. Essa informação, este conhecimento deve levar a novas tecnologias que possibilitarão a transição ecológica", declarou José Félix Ribeiro, consultor na Fundação Calouste Gulbenkian.

A conferência "Gerar Energia para o Mundo e Preservar o Planeta", realizou-se entre segunda-feira e hoje e reúne vários especialistas, ativistas e académicos que estão a debater o combate às alterações climáticas e a transição ecológica e energética no contexto mundial atual.

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