Detidos dois dirigentes do bloco da oposição ao golpe de Estado no Sudão
Dois elementos do movimento de contestação do golpe de Estado no Sudão, incluindo um ex-ministro, foram hoje detidos, anunciou o principal bloco político civil do país, organizado nas Forças para a Liberdade e Mudança (FLC, na sigla em francês).
© Getty Imagens
Mundo Sudão
Trata-se das mais recentes detenções após as que atingiram funcionários, jornalistas, ativistas e manifestantes favoráveis ao regresso dos civis ao poder desde o golpe de Estado de 25 de outubro do chefe do Exército, general Abdel-Fattah al-Burhan.
Efetivos das forças de segurança à paisana detiveram o ex-ministro dos Assuntos Governamentais Khaled Omar Youssef durante uma reunião da FLC na sede do partido do Congresso sudanês, de acordo com Mohamed Hassan Arabi, citado pela agência France-Presse.
Os elementos da segurança disseram que dependiam de uma esquadra da polícia em Cartum sem dar detalhes, acrescentou.
Wagdi Saleh, porta-voz da FLC, também foi detido, de acordo com o líder da FLC, Omar al-Degeir.
As razões para as detenções não foram divulgadas.
Na terça-feira, uma delegação da FLC, que incluía Saleh e Youssef, reuniu-se na capital, Cartum, com o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU), Volker Perthes.
A reunião fez parte das consultas lançadas em dezembro por Volker Perthes para lançar as bases para um diálogo que permita retomar o processo de transição para a democracia.
Um quadro da FLC, Yasser Arman, considera que as detenções vão "afetar o processo iniciado pela ONU".
Com o golpe de 25 de outubro, o general Al-Burhan interrompeu a transição para um poder totalmente civil prometido há mais de dois anos após o derrube do ditador Omar al-Bashir, demitido pelo exército sob pressão popular.
Youssef e Saleh chegaram a ser detidos logo a seguir ao golpe, à semelhança de muitos outros responsáveis, tendo sido libertados semanas depois.
Desde 25 de outubro, milhares de sudaneses manifestam-se regularmente em Cartum e noutras cidades do país para exigir a saída dos militares do poder e a entrega do poder a autoridades civis.
A repressão dessas manifestações provocou quase 80 mortos, segundo um sindicato de médicos pró-democracia.
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