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Forças de segurança dispararam granadas de gás lacrimogéneo em Cartum

As forças de segurança dispararam hoje granadas de gás lacrimogéneo em Cartum (Sudão), numa tentativa de dispersar milhares de manifestantes que protestavam contra o golpe liderado pelo chefe do exército em outubro.

Forças de segurança dispararam granadas de gás lacrimogéneo em Cartum
Notícias ao Minuto

13:59 - 30/01/22 por Lusa

Mundo Sudão

Os manifestantes exigiam justiça e democracia no Sudão, observou um jornalista da Agência France-Presse.

Mais de três meses após o golpe de Estado do general Abdel Fattah al-Burhane, a mobilização não enfraquece apesar da repressão que já matou 78 manifestantes, muitos deles baleados, de acordo com médicos pró-democracia.

Milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital do Sudão e de outras cidades do país, hoje, para a última de uma série de manifestações que se têm realizado há vários meses, denunciando um golpe militar ocorrido em outubro último que mergulhou o país em tumultos.

Os manifestantes, na maioria homens e mulheres jovens, marcharam nas ruas de Cartum e outras cidades, exigindo o fim da tomada do poder pelos militares. Apelaram a um governo totalmente civil para liderar a transição do país para a democracia, agora instalada.

O golpe de Estado fez com que a transição do Sudão para o regime democrático fosse interrompida após três décadas de repressão e isolamento internacional sob o Presidente autocrático Omar al-Bashir. A nação africana tem estado num caminho frágil para a democracia desde que uma revolta popular forçou os militares a retirar al-Bashir e o seu governo islâmico em abril de 2019.

Os protestos são convocados pela Associação de Profissionais Sudaneses e pelos Comités de Resistência, que foram a espinha dorsal da revolta contra al-Bashir e dos incansáveis protestos anti-golpe nos últimos três meses.

As imagens que circularam ´online´ mostraram pessoas a bater tambores e a cantar slogans anti-golpe de Estado nas ruas de Cartum e na cidade de Omdurman. Foram também vistos manifestantes com bandeiras sudanesas e outras bandeiras com fotografias de manifestantes alegadamente mortos pelas forças de segurança impressas nelas.

Houve protestos noutros locais do país, incluindo a cidade oriental de Port Sudan, a região ocidental de Darfur e Madani, a capital da província de Jazira, cerca de 135 quilómetros a sudeste de Cartum. Madani assistiu na semana passada a um protesto maciço contra os golpes de Estado.

Antes dos protestos, as autoridades reforçaram a segurança em Cartum e Omdurman. Enviaram milhares de tropas e polícias e selaram o centro de Cartum, incitando os manifestantes a reunir-se apenas em praças públicas nos bairros da capital.

A missão das Nações Unidas no Sudão advertiu, no sábado, que tais restrições poderiam aumentar as tensões, exortando as autoridades a deixarem os protestos "passar sem violência".

Os grupos de protesto disseram que planeavam dirigir-se ao palácio presidencial, uma área na capital que tem visto confrontos mortais entre manifestantes e forças de segurança em anteriores rondas de manifestações.

Desde o golpe, pelo menos 78 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas numa repressão amplamente condenada contra os protestos, disse o Comité dos Médicos do Sudão, que regista as baixas entre os manifestantes.

Houve também detenções em massa de ativistas que lideraram os protestos contra os golpistas e alegações de violência sexual, incluindo violação e violação em grupo, num protesto de 19 de dezembro em Cartum, de acordo com a ONU.

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