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Autoridades sudanesas libertam nove médicos dos Médicos Sem Fronteiras

Nove médicos dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), detidos à margem das marchas contra os militares em Cartum na segunda-feira, foram libertados, anunciou hoje a organização não-governamental, quando os médicos sudaneses continuam a denunciar os ataques contra a classe.

Autoridades sudanesas libertam nove médicos dos Médicos Sem Fronteiras
Notícias ao Minuto

14:26 - 25/01/22 por Lusa

Mundo Ataque

Na segunda-feira à noite, em que milhares de sudaneses saíram às ruas em Cartum para protestar contra o governo militar - reforçado pelo golpe de Estado dirigido pelo general Abdel-Fattah al-Burhan em 25 de outubro último - "nove membros do pessoal dos MSF foram detidos pelas autoridades", anunciou a organização num comunicado.

"Regressavam aos seus escritórios depois de terem trabalhado o dia inteiro", que ficou marcado pela morte de três manifestantes e dezenas de feridos, incluindo ferimentos por munições reais, explicou a MSF, acrescentando que foram "libertados hoje de manhã".

As forças de segurança sudanesas têm vindo a ser responsabilizadas reiteradamente pela repressão de vários protestos, que já provocou a morte de, pelo menos, 76 manifestantes, a violação de, pelo menos, 13 mulheres manifestantes, ataques a vários meios de comunicação social e violência dentro de hospitais contra médicos e feridos.

Este novo ataque à profissão médica surge numa altura em que o enviado especial dos Estados Unidos ao Corno de África, David Satterfield, e a secretária de Estado Adjunta norte-americana, Molly Phee, realizam há vários dias um périplo pelo Médio Oriente para discutir a questão sudanesa.

Os dois responsáveis norte-americanos reuniram-se em Cartum com al-Burhan e com o seu braço-direito, Mohammed Hamdan Daglo, de quem ouviram falar de "diálogo como saída para a crise", de acordo com declarações oficiais.

"As suas ações - aumento da violência contra os manifestantes e detenção de ativistas da sociedade civil --, no entanto, dizem o contrário. E isso terá consequências", advertiu Molly Phee hoje através da rede social Twitter.

Não foram até hoje emitidas quaisquer sanções contra os líderes militares sudaneses, mas Washington suspendeu uma ajuda prevista ao país de 700 milhões de dólares (621 milhões de euros) e o Banco Mundial suspendeu todos os pagamentos ao Sudão, um dos países mais pobres do mundo.

Leia Também: Pelo menos 32 mortos em ataque étnico no Sudão do Sul

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